21/11/12 11h30

Governo de SP prevê obras de R$ 4,4 bi para Expo 2020

Brasil Econômico

Autoridades participam de reunião em Paris para defender a capital paulista como sede de evento mundial

As obras de mobilidade urbana da cidade de São Paulo ganharão investimentos de peso do governo estadual até 2020. Já estão previstos pelo Palácio dos Bandeirantes aportes de R$ 4,4 bilhões no setor como parte do plano de candidatura da capital paulista para sediar a Expo 2020, maior evento internacional para exposição de políticas urbanas, sociais e econômicas.

O investimento inclui a construção da estação Vila Clarice na linha 7-Rubi daCPTM(R$ 150 milhões); das alças de acesso viário entre a Rodovia dos Bandeirantes e a região de Pirituba — norte da cidade e local destinado para receber o evento (R$ 270 milhões) —além da nova linha de trem expressa ligando São Paulo a Jundiaí (R$ 4 bilhões). “Nossa prioridade  é investir em projetos de mobilidade urbana para fornecer acesso à Expo 2020 e ao estádio de Itaquera, para a Copa do Mundo”, afirma o assessor especial para Assuntos Internacionais do estado, Rodrigo Tavares. A Expo 2020 está na seleta lista dos três maiores eventos no planeta, depois da Copa do Mundo de futebol e dos Jogos Olímpicos.

A candidatura oficial de São Paulo será apresentada amanhã, em Paris, na França, por comitiva liderada pelo atual prefeito paulistano, Gilberto Kassab (PSD), o prefeito eleito, FernandoHaddad (PT), e o secretário estadual da Casa Civil, Sidney Beraldo, durante a Assembleia Geral do BIE (Bureal International des Expositions), entidade responsável pela organização da Expo. As três obras de mobilidade serão os compromissos do estado com a candidatura municipal. “A Copa e as Olimpíadas são um sinal de que o Brasil está preparado para realizar eventos de grandes porte. É um sinal de confiança da comunidade internacional”, observa Tavares.

 Com tamanha repercussão, a  Expo tem sido tratada pelo governo paulista como “um dos maiores projetos de desenvolvimento urbano da história de São Paulo”, com consequências econômicas e até políticas para a maior cidade do país. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e Kassab assinarão um termo de compromisso, em dezembro, entre o governo estadual e prefeitura, enquanto um cronograma conjunto de trabalho será discutido logo após o retorno da França. As metas da candidatura também passarão a ser acompanhadas, a partir de 2013, por Haddad e seu novo secretariado. “Teremos uma parceria robusta com a Prefeitura. Não podemos pensar em ciclos de quatro anos, temos que enxergar em médio e longo prazo”, diz Tavares.
 
A mobilização ‘suprapartidária’emtorno do pleito paulistano não deixa de revelar a preocupação das lideranças políticas locais em manter a cidade em exposição na agenda internacional, à medida que o Rio de Janeiro, por exemplo, já tem presença garantida no noticiário estrangeiro até 2016. A partir do ano que vem, a capital fluminense sediará a Jornada Mundial da Juventude da Igreja Católica, com visita prevista do Papa Bento XVI e de 2 milhões de jovens; a final da Copa das Confederações e da Copa do Mundo; e os Jogos Olímpicos.

Em 2015, a cidade também abre as comemorações dos seus 450anos de fundação. Caso conquiste o direito de sediar a Expo 2020, São Paulo deverá receber cerca de 30 milhões de visitantes nos seis meses de evento, entre maio e novembro. Segundo Tavares, o plano de candidatura destacará três “vantagens” distintas da capital paulista: é um laboratório multicultural de emigrantes e descendentes; exerce papel de potência econômica mundial; e pode trazer a Expo, pela primeira vez, à América Latina. A escolha da cidade vencedora será anunciada pelo BIE em novembro do ano que vem.