Governo de SP conclui instalação de adutora que leva mais água para os moradores de Artur Nogueira
Medida emergencial aumenta a captação de água feita pelo município para o abastecimento da população
Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e LogísticaEstá pronta a nova adutora instalada em Artur Nogueira, cidade da região de Campinas afetada fortemente pela seca e que enfrenta racionamento no abastecimento. A tubulação começou a levar água do córrego Boa Vista, conhecido como Poquinha, para uma das Estações de Tratamento de Água da cidade, dobrando o volume que chega à ETA.
Com essa iniciativa, já há mais água disponível para o Saean (Sistema de Tratamento de Água e Esgoto de Artur Nogueira), órgão gestor do saneamento da cidade, abastecer a população. Esta é uma ação conjunta realizada pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), DAEE (órgão regulador de recursos hídricos paulista) e Defesa Civil do Estado de São Paulo. No mês passado, foi realizada uma visita técnica à cidade para avaliar ações de apoio aos efeitos da estiagem no município. Posteriormente o governo decretou situação de emergência em Artur Nogueira.
“Esta é uma parceria importante para apoiar Artur Nogueira neste período crítico. A Defesa Civil disponibilizou os recursos de forma emergencial para que o município pudesse adquirir as tubulações e nós da Semil oferecemos o apoio técnico para que a prefeitura executasse a obra emergencial. Dessa forma, foi implantada em tempo recorde uma alternativa que melhora as condições de fornecimento de água para os moradores”, comentou Anderson Esteves, superintendente do DAEE.
Esta não é a única ação adotada pelo governo do Estado para apoiar o município. Está em andamento também o desassoreamento do córrego Cotrins, para melhorar as condições de captação de água e também revitalizar as condições do rio, trazendo mais qualidade de vida para dos moradores e da fauna e a flora do entorno.
Para a ação do desassoreamento, o órgão direcionou uma escavadeira hidráulica e caminhões para a cidade para realização do serviço. Até o momento foram retirados 9.716 m3, equivalente a 694 caminhões basculantes. Posteriormente será colocado equipamento embarcado para a remoção de mais 19.000 m3, no âmbito do Programa Rios Vivos.
No mês passado, foi lançado novo ciclo de perfuração de poços pelo Governo de SP. A iniciativa prevê a captação de água subterrânea, localizada nos aquíferos, e a instalação da estrutura de bombeamento e de reservatório para que os municípios façam a distribuição aos moradores. Os poços aumentam a resiliência hídrica e contribuem inclusive para reduzir ou eliminar casos de racionamento. Desde o final do ano passado, o governo do Estado já entregou 127 poços em diversas regiões do Estado, num investimento de R$ 134 milhões.
Soluções definitivas
De acordo com a secretária Natália Resende, além das ações emergenciais, soluções definitivas estão sendo encaminhadas para a questão da escassez hídrica no estado, em especial nas regiões mais afetadas. “Vamos autorizar em breve o início das obras da barragem de Pedreira, na divisa dos municípios de Pedreira e Campinas, às margens do rio Jaguari, e a barragem de Duas Pontes, em Amparo, junto ao rio Camanducaia. Essas são obras fundamentais para garantir segurança hídrica na região metropolitana de Campinas, que é uma das mais afetadas pelos períodos de seca”, diz.
As duas represas vão aumentar a segurança hídrica para 5,5 milhões de pessoas, elevando a oferta de água em âmbito regional, por meio da regularização da vazão dos rios Jaguari e Camanducaia. A previsão de investimento é de cerca de R$ 1 bilhão para as duas represas.
As barragens deverão formar reservatórios com uma capacidade de armazenamento útil de 85 bilhões de litros de água (o equivalente a 34 mil piscinas olímpicas), dos quais 32 bilhões de litros na Barragem Pedreira e cerca de 53 bilhões de litros no reservatório de Duas Pontes, beneficiando direta e indiretamente 28 municípios na região do PCJ: Amparo, Monte Alegre do Sul, Pinhalzinho, Artur Nogueira, Bragança Paulista, Cosmópolis, Holambra, Jaguariúna, Morungaba, Pedra Bela, Pedreira, Santo Antônio de Posse, Tuiuti, Vargem, Paulínia, Americana, Cordeirópolis, Hortolândia, Iracemápolis, Limeira, Piracicaba, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Maria da Serra, São Pedro, Águas de São Pedro e Monte Mor.
Também está previsto o Sistema Adutor Regional das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, com quase 90 quilômetros de extensão, que distribuirá a água das barragens para os municípios. Os estudos técnicos relativos ao SAR-PCJ já foram contratados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos e estão sendo desenvolvidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O empreendimento foi qualificado no Programa de Parcerias em Investimentos do Estado para que seja realizada uma parceria público-privada de operação do Sistema.
“Parte dos investimentos previstos nos estudos para o Sistema Adutor Regional das Bacias PCJ já foram contemplados no novo contrato de concessão da Sabesp desestatizada. Um exemplo é a abertura de uma nova captação na barragem Paiva Castro, no rio Juqueri, associada a uma adutora que conduzirá a água à Estação de Tratamento de Campo Limpo Paulista, aumentando a segurança hídrica na região de Várzea Paulista, que hoje é atendida apenas pelo Rio Jundiaí e seu afluente Mãe Rosa”, explica Natália.
Ela ressalta, ainda, que foi aprovado pelo Conselho de Recursos Hídricos o Plano Estadual de Recursos Hídricos 2024-2027, que prevê medidas e ações para segurança hídrica, inclusive um volume dedicado a gestão de crise hídrica, olhando todo o Estado de SP. Vários programas que impactam diretamente na questão da segurança hídrica estão em andamento com impactos relevantes sobre as regiões, como o Rios Vivos, que já revitalizou 225 rios, minimizando enchentes e melhorando a qualidade da água em 154 cidades, e o Universaliza SP, que oferece apoio técnico para as prefeituras não atendidas pela Sabesp, para a universalização dos serviços de água e esgoto. “Estamos atuando de forma planejada, em várias frentes, para garantir segurança hídrica à população de São Paulo”, finaliza Natália Resende.