24/07/08 10h58

Governo começa a definir políticas setoriais

Valor Econômico - 24/07/2008

Os setores de construção civil, de máquinas e equipamentos para a indústria e de perfumes e cosméticos devem ser os primeiros a ser alvo dos programas setoriais previstos na nova política industrial, destinados a aumentar a competitividade e exportações das empresas. Na próxima segunda-feira, o governo nomeará os comitês encarregados de acompanhar e garantir a realização das metas para cada um dos 25 setores beneficiados por medidas específicas da política. Com a nomeação, começa, de fato, a execução das políticas setoriais, com a participação dos ministérios envolvidos. "Vamos estabelecer contrapartidas com o setor privado. O governo tomará medidas, mas as empresa também", prevê o secretário de Desenvolvimento de Produção, Armando Meziat, um dos coordenadores das políticas setoriais. Indústria naval, setor automotivo, calçados, plásticos, madeira e móveis são alguns dos 11 setores que terão programas específicos gerenciados pelo Ministério do Desenvolvimento. Com os empresários, o governo discute os principais obstáculos aos investimentos e aumento de produção, as prioridades estratégicas e as metas de produção e exportação com que cada setor se comprometerá, para alcançar, entre os objetivos do governo, o de aumentar a participação das exportações brasileiras no total das exportações mundiais, de 1,18% em 2007, para 1,25%, em 2010. Segundo Meziat, os setores de bens de capital, construção civil e cosméticos e perfumes foram os que mais avançaram a partir das reuniões com o governo, e já têm propostas definidas para a execução da política, que serão submetidas aos comitês encarregados de gerenciar as metas setoriais. O setor siderúrgico também tem discussões bem avançadas. Nas discussões com o setor privado, o governo identificou demandas principalmente de revisão de legislação, que prejudica a atuação das empresas e a tomada de decisões, propostas de programas de capacitação de pessoal, pedidos de divulgação e adaptação dos programas de financiamento existentes e liberação de verbas contingenciadas do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, fundo criado para estimular investimentos em ciência e tecnologia, mas bloqueado, em parte, para garantir o superávit nas contas fiscais. "As reivindicações das empresas terão de vir acompanhadas de estudos, justificativas técnicas", alerta Meziat.