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Goldman Sachs de olho em holding da Vale do Rosário

Valor Econômico - 13/07/2007

O banco de investimentos Goldman Sachs negocia participação como acionista na empresa B5, holding que controla as usinas Cia. Açucareira Vale do Rosário, de Morro Agudo (SP), Cia. Energética Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), e outras três usinas paulistas, que estão prestes a concluir a fusão de suas operações. A entrada do banco americano será feita por um braço de investimentos de commodities da instituição, apurou o Valor. A participação do banco na nova empresa, criada a partir dessa fusão, será como acionista minoritário. Esse tipo de operação tem se tornado comum no mercado, quando essas instituições estruturam alavancagem financeira de empresas, sobretudo antes de aberturas de capital. Cícero Junqueira Franco, vice-presidente da Vale do Rosário e porta-voz da B5, confirmou ontem (dia 12) o interesse do banco no negócio. O empresário afirmou que há outros fundos de investimentos interessados em ingressar na nova empresa que será criada a partir da fusão. A B5 é controlada pela família Biagi, que detém cerca de 70% de participação na holding. Os 30% restantes estão nas mãos dos acionistas que permaneceram na Vale do Rosário, aproximadamente 40, de um total de 130 de sua formação original. De acordo com Junqueira Franco, esse fundo de investimentos do Goldman Sachs tem participação na CNAA (Companhia Nacional de Açúcar e Álcool), empresa criada pela Santa Elisa e a Global Foods Holding, e que será responsável pelos novos projetos da companhia. A fusão entre a Vale do Rosário, Santa Elisa e as usinas MB, Jardest e Continental, todas em São Paulo, deverá ser concluída até o fim de julho, segundo Junqueira Franco. A previsão inicial era que a operação fosse concluída na primeira quinzena deste mês. A nova companhia, cujo nome pode ser definido em reunião no próximo dia 23, nasce com faturamento da ordem de R$ 1,5 bilhão (US$ 780 milhões) e processamento de cana entre 18 milhões e 20 milhões de toneladas por safra. Na prática, as cinco usinas já operam como uma única empresa desde abril passado, quando as duas companhias deram início à colheita da safra 2007/08. Os projetos da empresa incluem a construção de seis novas usinas, com aportes em torno de R$ 1 bilhão (US$ 520 milhões).