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GM estuda novo aporte de US$ 500 mi para o Mercosul

Valor Econômico - 01/08/2007

A montadora americana General Motors (GM) e a japonesa Toyota vivem uma disputa roda a roda pelo título de maior fabricante de automóveis do mundo. Se nos primeiros meses de 2007 a Toyota conseguiu desbancar a GM de um posto que ela ocupava há sete décadas, o mesmo não aconteceu no segundo trimestre do ano, quando os americanos recuperaram a posição. E nessa batalha nada discreta pela liderança na produção global de carros, a montadora dos EUA conta com um aliado que até alguns anos atrás não tinha muita relevância na sua estratégia: os países emergentes, ou em outras palavras, América Latina e Ásia. A julgar pelos últimos indicadores financeiros referentes ao período entre maio e junho deste ano, não há dúvida que a região ganha espaço na corporação. Conhecida como LAAM, que significa América Latina, África e Oriente Médio, essa região teve entre abril e junho passado seu melhor desempenho trimestral desde que foi criada há 10 anos. O lucro líquido da GM nessa área do globo foi de US$ 213 milhões no segundo trimestre deste ano, contra os US$ 139 milhões auferidos em igual período de 2006. "A operação no Brasil é essencial na LAAM. Representa 40% das vendas em volume e 50% das vendas em valor", detalha Ray Young, o presidente da GM no Brasil e no Mercosul. Mas o peso dos negócios no país não se reflete apenas na hora da divulgação dos resultados. Vai além. Ganha contornos bastante reais também quando o assunto é investimento futuro. Após receber o sinal verde da matriz no mês passado, autorizando investimentos de US$ 500 milhões para que as fábricas da Argentina e do Brasil comecem a desenvolver e a produzir um novo modelo de carro pequeno voltado aos países emergentes, Ray Young conta que uma nova proposta de aportes já está sob a mesa dos executivos nos EUA. "Estamos trabalhando em uma segunda onda de investimentos, que também vão consumir US$ 500 milhões", afirma o presidente da GM no Mercosul. Young, contudo, evita os detalhes, mas diz que a decisão final sairá no fim de 2008. "Em caso de aprovação, começaremos a investir a partir de 2010", acrescenta o executivo, revelando que a idéia é usar esses recursos para transformar a região em exportadora mundial de um produto.