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GM aposta nos emergentes contra a Toyota

Valor Econômico - 15/06/2007

A General Motors quer usar a vantagem que possui em países emergentes em relação à Toyota para recuperar o primeiro lugar em vendas mundiais, posição que a montadora americana ostentou durante mais de sete décadas e que perdeu para a rival este ano. O raciocínio é simples: nos mercados em que a Toyota mais avançou, como Estados Unidos, não há mais espaço para crescer. Mas nos países em que as vendas de veículos mais crescem, como Brasil, Índia, Rússia e China, a GM está bem à frente. A força nos emergentes está não apenas em maior participação de mercado da GM em relação à rival como também na capacidade de desenvolvimento de produto. É o caso do Brasil ou Coréia, regiões onde a atuação da engenharia da Toyota é bem inferior à da GM. O executivo responsável pelo desenvolvimento de produto da General Motors em todo o mundo, Bob Lutz, vice-presidente do conselho da companhia, passou dois dias no Brasil com a sua equipe. Um dos pontos fortes da visita foi o teste dos protótipos que a engenharia da filial brasileira está desenvolvendo, inclusive para para outros países. Ao longo do tempo, o Brasil se destacou como centro de engenharia, design e desenvolvimento de produto. Talvez, raciocina Lutz, porque durante um bom tempo a filial brasileira trabalhou com orçamento apertado, afetada por seguidos anos de prejuízos. A direção da GM não revela detalhes do quanto da engenharia e desenvolvimento de produto está sendo deslocado dos Estados Unidos para os países de baixo custo. Mas Lutz diz que "a engenharia de baixo custo é um dos caminhos que em poucos anos definitivamente colocarão a GM em vantagem em relação à Toyota". Lutz diz , ainda, que, para a GM, o Brasil terá, ao lado da Coréia, importante papel no desenvolvimento do chamado carro de baixo custo, um ideal que vem sendo perseguido pela indústria automobilística em todo o planeta. Para ele, o carro que ele chama de "extremo baixo custo" é um caminho sem volta, dada a necessidade de os mercados que mais crescem, como China e Índia, necessitarem de carros mais populares.