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GM anuncia novo investimento no Brasil

Folha de S. Paulo - 17/07/2007

O presidente mundial e executivo-chefe da GM, Rick Wagoner, desembarca hoje, no Brasil, para anunciar um novo e expressivo plano de investimentos para o país. Não está descartada a possibilidade de a GM construir um novo carro. O anúncio do investimento será feito por Wagoner, amanhã, em São Paulo, durante almoço na Amcham (Câmara Americana de Comércio). Depois do Brasil, Wagoner seguirá para a Argentina para ver de perto os efeitos da crise de energia nas unidades da GM. Além do novo plano de investimento, ele tem dois bons motivos para visita ao Brasil e à Argentina. Depois de oito anos de prejuízo, os dois países registraram lucro no ano passado. Outra razão é que a GM do Brasil irá passar o Canadá no ranking dos países com melhor resultado em vendas no grupo neste ano, tornando-se a terceira colocada, só abaixo dos Estados Unidos e da China. No primeiro semestre, a GM vendeu 217,8 mil unidades no Brasil, 18% a mais do que no mesmo período do ano passado. A indústria automobilística cresceu 25%. A decisão sobre o investimento da GM é fruto do crescimento recorde de vendas do setor neste ano. Outras montadoras também estão revendo seus planos no país. Uma boa parte do novo investimento a ser anunciado amanhã por Wagoner irá se destinar a São Paulo, que vem perdendo terreno no setor automobilístico em relação ao país. Segundo estudo da Fiesp, São Paulo não está conseguindo compensar a perda de exportação de automóveis com o crescimento das vendas no mercado interno. São Paulo tem a maior participação na produção de veículos e peças no Brasil. Nos primeiros cinco meses do ano, a produção industrial do Brasil cresceu 3,97% em relação ao mesmo período de 2006, e a de São Paulo, 3,37%. Ou seja, a produção paulista cresceu 15% a menos do que a nacional. A maior diferença ocorre na produção de veículos: 7,74% no Brasil e menos 2,04% em São Paulo. De acordo com a Fiesp, se a produção de veículos de São Paulo tivesse sido igual à do Brasil, a indústria geral paulista teria tido um crescimento de 4,36%, 10% superior ao resultado global nacional (3,97%).