GLP aposta no longo prazo em galpões no país
Valor EconômicoA Global Logistic Properties (GLP) Brasil - compradora do portfólio de imóveis industriais e logísticos da BR Properties por R$ 3,18 bilhões - aposta no mercado de galpões no longo prazo, segundo seu presidente, Mauro Dias. Sem contar detalhes da negociação, como o prazo em que as duas empresas conversaram até o martelo ser batido, o executivo disse que a equipe da GLP Brasil já conhecia boa parte dos ativos adquiridos quando surgiu a oportunidade de compra.
"A operação ainda está sujeita a algumas condições, mas estamos engajados para conclui-la o mais rapidamente possível", afirmou Dias. Ainda haverá due dilligence (auditoria de dados) e será necessária a aprovação da compra pelo conselho de administração da GLP. A expectativa é finalizar o negócio em 31 de agosto.
Com a operação, a GLP entrará em mercados como Louveira (SP), Curitiba e Recife, em que ainda não estava presente. "Teremos a melhor plataforma do setor", afirmou Dias. A empresa será a maior do segmento no país. O executivo diz que há potencial de crescimento do mercado de galpões no Brasil pela expansão da economia e pela busca de imóveis de mais qualidade por parte dos clientes.
A aquisição possibilitará que a carteira de imóveis prontos da GLP Brasil aumente 1,2 milhão de m2, para 2,6 milhões de m2.
Inicialmente, o portfólio de galpões da BR Properties seria vendido à WTGoodman (joint venture entre a WTorre e a australiana Goodman). A venda - que acabou não se consumando - tinha chegado a afetar o resultado líquido da BR Properties no quarto trimestre de 2013
Segundo fonte próxima à WTGoodman, a empresa se surpreendeu com a venda dos ativos de galpões da BR Properties para a GLP Brasil. Conforme a fonte, o período de exclusividade contratado com a WTGoodman terminou na segunda-feira, mas faltava acertar detalhes. Na quarta-feira, a BR Properties anunciou a operação com a GLP, concorrente da WTGoodman. Ainda de acordo com a fonte, a WTGoodman já tinha obtido linha de financiamento com o Bradesco para a comprar do portfólio de galpões.
Procuradas pelo Valor, WTGoodman e BR Properties não comentaram o assunto.
Conforme levantamento da Cushman & Wakefield, a taxa de vacância de condomínios logísticos do Brasil era de 17% no quarto trimestre de 2013, ante 15,7% no terceiro trimestre. No Estado de São Paulo, a taxa de vacância cresceu 2,3 pontos percentuais na mesma base de comparação, para 19,8%, segundo a Cushman, e o preço médio mensal pedido por m2 caiu em proporção semelhante, para R$ 20,5.
No Rio de Janeiro, a vacância teve queda de 6,6% no terceiro trimestre para 4% no quarto trimestre, de acordo com a Cushman. No Paraná, a taxa de vacância ficou estável na comparação dos dois períodos. Em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e no Amazonas, houve quedas do indicador de dois pontos percentuais, 1,1 ponto percentual e 1,2 ponto percentual, respectivamente.