27/04/11 11h09

Globalbev investe para vender açaí na caixinha

Valor Econômico

Para tomar um açaí, há alguns anos atrás, o único jeito era comprar a polpa da fruta em uma barraquinha de praia. Na última década, porém, o consumo da fruta foi se popularizando. Tanto que agora é possível encontrar a polpa congelada até em supermercados. Mas o ápice da popularização do consumo da fruta deve acontecer agora, com o lançamento da versão em caixinha do produto, que chega no início de maio aos supermercados de todo Brasil. A iniciativa é da GlobalBev, empresa com sede em São Paulo, fundada há dez anos pelo mineiro Bernardo Lobato Fernandes, cujos sócios são os empresários Guilherme Gama, Henrique Pinto (ex-construtora Tenda) e João Paulo Diniz (filho de Abilio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar). "O produto é 100% açaí com banana, não tem água. Então, quem gosta de açaí, vai com certeza gostar do Amazoo", diz Fernandes, citando o nome dado ao produto.

Para lançar Amazoo, a GlobalBev (fabricante do isotônico Marathon e dos energéticos Flying Horse e Monster) foi ao Pará, onde se tornou sócia de Bony Monteiro, que na região, segundo Fernandes, é conhecido como "o homem açaí". A empresa investiu R$ 15 milhões (US$ 9,4 milhões) na compra de metade da fábrica de polpa de açaí de Monteiro, em Belém e também na modernização da linha de produção da unidade. Também está incluído no negócio uma fazenda de 2 mil hectares de açaí, em Igarapé Miri, a 78 quilômetros da capital paraense, que também pertencia a Monteiro. "Hoje, todo o açaí consumido no país vêm da atividade extrativista. Não há plantações da fruta. Mas acreditamos que dentro de dois anos nossa fazenda já estará produzindo. Queremos ser totalmente autossuficientes em açaí no futuro", diz Fernandes.

Os planos da empresa, entretanto, não incluem só o açaí. Como a safra da fruta vai de julho a janeiro, a GlobalBev pretende usar a estrutura ociosa da fábrica entre fevereiro e junho para envasar água de coco - outro produto que a companhia está lançando. "A safra do coco é exatamente durante a entressafra do açaí", explica o presidente da empresa.

A companhia, que fabrica o suco de laranja Fast Fruit também está expandindo sua linha de sucos naturais, com três novos sabores: manga, goiaba e uva. Todos, com exceção do de uva são 100% suco, sem adição de açúcar ou água. "Quem compra suco - e não néctar - é ainda um consumidor de nicho, pois pouca gente sabe a diferença entre os dois tipos de bebida", diz Fernandes. Para atrair consumidores de néctar para o suco, a GlobalBev está colocando no mercado um néctar de laranja, com 70% de suco. "As pessoas vão experimentar e ver que é um produto melhor que a maioria dos néctares. Acreditamos que será uma porta de entrada para os sucos", diz o presidente. A empresa, que faturou R$ 180 milhões (US$ 102,3 milhões) em 2010, quer chegar a R$ 250 milhões (US$ 156,3 milhões) em 2011 e tem planos de abrir o capital até 2016.