02/03/11 14h33

Gigantes unem-se para investir US$ 3,5 bilhões no transporte de etanol

Valor Econômico

Petrobras, Copersucar, Cosan, Odebrecht, Camargo Corrêa e Uniduto Logística anunciaram a formação da Logum Logística, criada para a construção, desenvolvimento e operação de um sistema de transporte de combustíveis que vai abranger poliduto, hidrovias, rodovias e cabotagem. A projeção é investir R$ 6 bilhões (US$ 3,5 bilhões) até 2020 para a construção de dutos, hidrovias e terminais para escoar a produção de etanol de regiões de Goiás, São Paulo e Minas Gerais até o litoral de São Paulo e Rio de Janeiro. O objetivo dos sócios é obter redução média de 20% nos custos de transporte, que atualmente é feito principalmente por caminhões.

O sistema multimodal terá capacidade de transportar até 21 bilhões de litros de etanol por ano. O primeiro trecho a ser construído será o de Ribeirão Preto a Paulínia, em São Paulo, a um custo estimado de R$ 900 milhões (US$ 529,4 milhões) e com início da operação previsto para 2012. O diretor presidente da Logum, Alberto Guimarães, ressaltou que já há uma proposta de financiamento enquadrada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para até 80% do valor de todo o projeto para os itens elegíveis e a expectativa da companhia é que a instituição de fomento aprove os recursos ainda em 2011 ou no começo de 2012.

Guimarães ressaltou que a capacidade total do sistema será o dobro da produção prevista para os sócios do projetos em 2020 e assegurou que o objetivo não será atender apenas às empresas associadas, mas qualquer interessado em transportar cargas pelos dutos. "Cargas adicionais serão sempre bem-vindas. A empresa foi projetada e desenvolvida para atender ao mercado e não apenas aos sócios. A companhia vai alçar voos e será uma companhia de mercado", disse Marcos Lutz, presidente do conselho de administração da Logum e representante da Cosan.

Os aportes necessários para o desenvolvimento da operação serão feitos na proporção das participações na empresa. Petrobras, Copersucar, Cosan e Odebrecht Transport Participações (OTP) têm, cada uma, 20% do capital da Logum, enquanto Camargo Correa Óleo e Gás e Uniduto Logística possuem, cada uma, 10% do capital.

Os dutos para a primeira fase do projeto já foram comprados e as obras na ligação entre Ribeirão Preto e Paulínia começará em abril, junto com o período seco. Camargo Corrêa e Odebrecht já foram contratados para realizar as obras da primeira fase. "Dificilmente se verá um investimento da Camargo Corrêa em que ela não esteja nas duas pontas (operação e construção). Isso mitiga o risco", disse Eduardo Leite, diretor comercial da Camargo Corrêa. Para Lutz, quando o sistema estiver funcionando a plena capacidade significará uma redução de custos de transporte de até R$ 80 milhões (US$ 47,1 milhões) por ano para a Cosan.