Gigantes do ramo de cosméticos apoiam startups
Valor EconômicoGrandes fabricantes de cosméticos, como L'Oréal e Natura, investem em programas de incentivo a startups. O objetivo é incentivar a criação de softwares que podem ajudar as empresas em áreas como gestão e vendas. "Vamos desenvolver para a L'Oréal um aplicativo de relacionamento dos consumidores com os pontos de vendas físicos da marca Maybelline", explica Fabíola Paes, da startup paranaense Neomode Development Studio, vencedora do desafio Beauty Hack, competição de aplicativos móveis promovido pela multinacional em São Paulo. A Maybelline tem cerca de 4,4 mil pontos de venda e, com o app, o cliente poderá receber informações sobre produtos e promoções.
Segundo Paula Costa, chief marketing Office (CMO) da L'Oréal Brasil, o Beauty Hack, primeiro evento do gênero realizado pela empresa no país, recebeu 108 ideias de startups recém-criadas e de empresas com experiência no atendimento a grandes clientes. Quinze finalistas foram selecionados antes do anúncio da vencedora. "Escolhemos projetos inovadores, com potencial de mercado. O objetivo é desenvolver ferramentas com aplicação prática em negócios reais", diz. O prêmio, no valor de R$ 100 mil, será utilizado no desenvolvimento do projeto.
A executiva afirma que ações voltadas para startups são usadas para posicionar a marca como uma parceira para jovens empreendedores. "Queremos estimular a busca por soluções além do ambiente interno e impulsionar a cultura das startups, em que a agilidade e o aprendizado contínuo são fatores muito presentes", explica.
Este ano, a Natura também lança um canal de comunicação que vai funcionar como porta de entrada para startups que queiram apresentar soluções inovadoras, segundo a gerente de empreendedorismo Marcela Martinelli. A empresa procura startups com projetos relacionados a ingredientes e formulações cosméticas, materiais de embalagem e de interatividade com os consumidores.
O modelo de inovação aberta e colaborativa existe há mais de dez anos na fabricante, segundo Marcela. Um das iniciativas para viabilizar projetos é o Natura Startups, criado há dois anos. Em 2014, a empresa visitou 28 incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos e selecionou cinco startups para receber mentoria. Uma delas, a Já Entendi, tem projetos relacionados à capacitação do canal de vendas. A Natura investe anualmente cerca de 3% da sua receita líquida em inovação.
No ano passado, lançou, em parceria com a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), uma chamada de propostas para que startups desenvolvessem soluções relacionadas aos negócios da empresa. Recebeu 146 ideias e cinco viraram projetos piloto. "Mais de dez startups já realizaram ou estão fazendo alguma ação conosco", diz.