24/05/11 15h33

Gigante dos EUA de olho nas ideias brasileiras

O Estado de S. Paulo

Empresas brasileiras "nascentes" - também conhecidas como startups - com até cinco anos de mercado terão, a partir deste ano, a chance de ganhar o apoio da gigante americana de tecnologia IBM para transformar projetos inovadores em realidade. O Brasil entra no circuito do projeto SmartCamp - em tradução aproximada, "acampamento de inteligência" -, que premia companhias com ideias originais.

Segundo o vice-presidente de marketing da IBM, Mike Riegel, o objetivo é promover soluções que ajudam a resolver problemas que afetem um grande número de pessoas, como o atendimento à saúde e o trânsito. A vencedora da etapa nacional, além de ter o projeto implementado, será selecionada a participar da competição mundial, que escolherá o "Empreendedor do Ano" entre projetos de 18 nações.

Riegel diz que a inclusão do País no rol de participantes neste segundo ano de SmartCamp - ao lado da Alemanha e da China, que também foram adicionados à competição - foi motivada pelo aumento do número de empresas brasileiras de pequeno porte de perfil inovador. "O mercado de private equity e venture capital (que aplica recursos em startups) cresceu de US$ 6 bilhões em recursos para US$ 40 bilhões nos últimos seis anos", explica.

Durante o período da competição, as companhias poderão receber usar ferramentas tecnológicas da IBM. A gigante americana também ajudará os microempresários a traçar planos de negócios mais claros antes da etapa final da competição nacional. Além disso, o relacionamento com a IBM pode trazer visibilidade para o projeto, o que pode atrair outros investidores de longo prazo. As inscrições para o concurso devem ser feitas pela internet, e o prazo vai até agosto. A empresa vencedora será escolhida em novembro.

A baiana Softwell recebeu R$ 1 milhão (US$ 507,6 mil) do braço de investimentos do Banco Mundial depois de participar de um evento promovido pela IBM há dois anos, antes da introdução do "acampamento de inteligência". A empresa, conhecida pela ferramenta Maker - que reduz a necessidade do uso de códigos no desenvolvimento de softwares -, criou um sistema de gestão de serviços de saúde que chamou a atenção do órgão internacional. "Atraímos a atenção do Banco Mundial em uma apresentação de 10 minutos", lembra Wellington Freire, presidente da Softwell.