16/09/09 10h09

Giesse monta fábrica no Brasil para fugir da crise

Valor Econômico

Dubai foi por anos um dos melhores mercados para a Giesse, fábrica italiana de esquadrias de alumínio de alto padrão, com representações em 12 países. O emirado chegou a corresponder a 15% da receita da empresa - ou seja, € 30 milhões -, mas hoje as vendas estão perto de zero. Algo parecido aconteceu com a Espanha, antes grande estrela do setor imobiliário, e na Europa como um todo as vendas da companhia caíram 30% em 2009 em comparação com o ano passado.

Em meio a esse cenário, no fim de 2008, auge da crise, a Giesse decidiu abrir uma nova fábrica - mas no Brasil, um dos poucos mercados que manteve-se de pé, segundo o presidente da empresa, Marco Lambertini. O crescimento nas vendas aqui foi de 29% no mesmo período, e com a instalação da fábrica brasileira, a empresa prevê triplicar as vendas nos próximos dois anos. "Definimos o Brasil como mercado prioritário para a Giesse", diz o executivo. Os investimentos previstos no país até o ano que vem são de R$ 20 milhões (US$ 10,8 milhões), e a nova unidade, instalada em Mauá (SP), começa a operar em janeiro.

Apesar do entusiasmo com o aquecimento do mercado imobiliário no Brasil, os produtos da Giesse, de alto padrão, disputam uma fatia pequena de um grande mercado. Segundo o executivo brasileiro da empresa, Luis Rosas, o mercado total de esquadrias no Brasil é estimado em R$ 6 bilhões (US% 3,24 bilhões) ao ano. Mas a maior parte são produtos de madeira, aço ou zinco. Sobram entre R$ 1 bilhão (US$ 540,5 milhões) e R$ 2 bilhões (US$ 1,08 bilhão) do total para as esquadrias de alumínio, a maior parte dominada pelo que se chama de "perfil fino", ou seja, produtos de baixo custo e com propriedades de isolamento mais limitadas. No caso da Giesse, os principais compradores dos seus produtos aqui são construtoras no segmento de alto padrão, como Cyrela e Gafisa.

A Giesse tem fábricas instaladas apenas na Itália, China e Argentina, e fatura €200 milhões ao ano. No Brasil, além da nova unidade de distribuição, os investimentos incluem abrir novos centros de distribuição.