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Gesso amplia espaço na construção civil

Gazeta Mercantil - 07/07/2008

Tecnologia relativamente nova no Brasil, o drywall, sistema de construção para tetos e paredes feito em gesso, vem ganhando mais espaço no mercado brasileiro de construção, tradicionalmente erguido em alvenaria, à base de cimento. Esse fator, aliado ao aquecimento da economia nacional e o avanço dos lançamentos imobiliários, tem garantido ao drywall um crescimento superior ao da média da construção civil. As vendas de materiais de construção cresceram 8,5% em 2007, faturando R$ 39,4 bilhões (US$ 20,4 bilhões), segundo a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). O mercado de cimento, monitorado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), vendeu 10% mais no mesmo ano, chegando a 45 milhões de toneladas. Já o consumo de placas de gesso para drywall teve incremento de 29% em 2007, para 20 milhões de m, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall (Associação Drywall). No primeiro trimestre, o setor acumulou crescimento de 20%, com 4,8 milhões m, e a Associação Drywall projeta alta de 25% até fim de 2008, tendo em vista que as vendas no segundo semestre costumam ser maiores. A movimentação do mercado tem levado as empresas do setor - representado por três multinacionais que se instalaram no Brasil na década de 90 - a investir em expansão. A francesa Lafarge, tradicional fabricante de cimento, trouxe a Lafarge Gypsum, sua unidade produtora de gesso, em 1995 para o Brasil. Agora, concluída a expansão da fábrica em Petrolina (PE) - que passou de uma capacidade de 6 milhões ao ano para 20 milhões -, investe na consolidação de seus negócios na América do Sul. A tendência de alta também está ampliando os negócios da Placo, fabricante de placas de gesso pertencente ao grupo francês Saint-Gobain. O aumento da demanda levará a empresa, em janeiro de 2009, a uma ampliação de 20% da capacidade de sua fábrica, em Mogi das Cruzes (SP), que atualmente pode produzir 12 milhões m de chapas de drywall ao ano. Serão investidos € 2 milhões na compra de uma nova linha de equipamentos. A Placo encerrou 2007 com ocupação de 61% da capacidade, e projeta 75% para fechar 2008. A partir de 2010, tanto a Placo quanto a Lafarge devem determinar uma nova agenda de investimentos, com ampliação de instalações ou a implantação de uma nova fábrica em alguma outra região do País, a ser definida.