Geração ganha mais peso na CPFL
Valor Econômico - 08/01/2007
Com 70% de sua receita atual atrelada ao segmento de distribuição de energia, a empresa CPFL Energia tem como meta de longo prazo promover o equilíbrio entre as diversas áreas de negócio. A tarefa se resume em reduzir a fatia da distribuição para 50% e deixar a outra metade com as divisões de geração, comercialização do insumo no mercado livre e possivelmente transmissão. Nos primeiros nove meses de 2006, a CPFL alcançou faturamento de US$ 4,1 bilhões e um lucro líquido de US$ 490 milhões, que é maior que o ganho de US$ 421 milhões obtido em todo o ano de 2005. Além disso, analistas ainda esperam que a companhia tenha um resultado expressivo em 2006. A aposta é que atinja um resultado ao redor de US$ 601 milhões e volume de energia vendida 4% maior que o negociado em 2005. Ao que tudo indica, a meta poderá ser concretizada. Até porque, em 2010, a CPFL terá uma capacidade de geração de 2,087 mil megawatts (MW), quase o dobro dos atuais 1,072 mil MW de capacidade. E o primeiro passo desse direcionamento o mercado já poderá ver neste ano. Entre 2007 e 2010, a CPFL anunciou investimentos de US$ 1,5 bilhão, sendo que desse montante o setor de geração receberá 41,2%. O restante terá como destino a distribuição. A CPFL admite que aquisições deverão acontecer no futuro e acrescenta que a empresa observará a aderência geográfica na hora de assinar o cheque, fator considerado importante para a rentabilidade. Isso significa novas investidas no Estado de São Paulo ou na região Sul. Mesmo porque, atualmente, a CPFL Energia atende 550 municípios e 5,86 milhões de clientes. Hoje, a companhia controla as distribuidoras paulistas CPFL Piratininga, CPFL Paulista, a gaúcha RGE, sendo que mais recentemente adquiriu a Cia. Luz e Força Santa Cruz. Para ficar com este ativo, cuja área de atuação é o interior paulista e cidades do Estado do Paraná, a empresa desembolsou US$ 94 milhões em outubro passado. O valor da CPFL no mercado de capitais beira US$ 7 bilhões.