08/01/10 11h15

Geoplan amplia negócios com retomada dos estaleiros

Valor Econômico

O já iniciado processo de retomada da indústria naval brasileira está incentivando o surgimento de uma série de novos serviços voltados ao atendimento dos estaleiros, entre os quais está o de tratamento do ar. Além de proporcionar condições mais confortáveis aos trabalhadores, o serviço visa proteger os gigantescos equipamentos dos processos de corrosão comuns aos ambientes úmidos e quentes onde normalmente ficam os estaleiros.

De olho neste nicho, a Geoplan Brasil iniciou em setembro deste ano o tratamento do ar do Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Porto de Suape, em Pernambuco. A empresa, controlada pelo fundo de private equity americano Nexus Partners, enxergou a oportunidade há três anos e quer dominar este mercado, segundo seu presidente, Paulo Chescin.

Segundo Chescin, a Geoplan começou a se mexer logo que Vale e Petrobras anunciaram a intenção de renovar suas frotas de navios e eram acompanhadas pelo governo, que falava em retomada da indústria nacional, praticamente parada havia mais de 20 anos. "Foi ali que identificamos a oportunidade", disse o executivo, há oito anos na companhia, especialista em soluções em infraestrutura.

Chescin explicou que a ideia da empresa é fornecer aos estaleiros soluções em climatização, o que não se restringem apenas à refrigeração, mas ao controle permanente da temperatura e da umidade do ambiente de trabalho. O executivo lembrou, inclusive, que a renovação do ar deverá constar da norma regulamentadora que tratará especificamente das condições de trabalho na indústria naval.

Para os níveis atuais de atendimento, a Geoplan teve de investir R$ 5 milhões (US$ 2,9 milhões), sendo a maior parte dos recursos destinada à compra dos equipamentos de climatização, fabricados pela empresa sueca Munters. A perspectiva, no entanto, é de investir pelo menos dez vezes mais. Além da demanda do próprio Atlântico Sul, a empresa quer marcar presença nos polos do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, além de abocanhar contratos com os novos estaleiros que devem se instalar no Nordeste. "Já estamos em negociações. Acreditamos que a demanda levará a necessidade de R$ 50 milhões (US$ 29,1 milhões) em investimentos. Só a demanda do pré-sal já será enorme, fora o setor de mineração. O Brasil está caminhando para ter estaleiros de primeiro mundo", afirmou Chescin.