17/11/09 10h36

General Brands se une a laticínio

Valor Econômico

Em 1974, Rodolfo Nagai, dono da Vencedor Laticínios, tinha 19 anos e havia acabado de abrir um bar, na Vila Carrão, em São Paulo onde, diz ele, "vendia pinga no balcão". Isael Pinto, hoje presidente da General Brands, era caixeiro viajante. Os dois, que se conheceram na década de 80 - Isael vendia sucos em pó para o comércio de Nagai - são os protagonistas da fusão que gerou no início do mês o Grupo GB, com faturamento previsto para 2010 de R$ 500 milhões (US$ 290,7 milhões).

Nagai e o cunhado, Luiz Kogashi, são os ex-donos da rede Assai, rede com 30 lojas de atacado vendida ao Grupo Pão de Açúcar por R$ 383 milhões (US$ 222,7 milhões). Os dois agora serão, respectivamente, presidente do conselho e diretor comercial da nova empresa, presidida por Isael Pinto.

A Vencedor Laticínios, maior fabricante nacional de muçarela em peça (que padarias e supermercados vendem em fatias), foi criada em 1992 por Nagai e Kogashi. Com sete fábricas, seu faturamento em 2008 foi de cerca de R$ 200 milhões (US$ 109,3 milhões). A General Brands, que no ano passado faturou R$ 170 milhões (US$ 92,9 milhões), deve crescer 20% neste ano.

Criada para abastecer a rede Assai, a Vencedor Laticínios direcionava de 80% a 90% da produção e outros lácteos para as lojas de atacado. "Ainda hoje o Pão de Açúcar compra essa porcentagem de nossa produção", diz Nagai. Mas com a venda total do Assai, o empresário se viu diante de um desafio: era preciso criar uma força de vendas, equipes de distribuição e infraestrutura de logística para dar mais independência à empresa. A General Brands, por outro lado, segundo Isael Pinto, vinha sendo assediada por fundos de investimentos internacionais. Foi aí, então, que os dois amigos tiveram a ideia de fundir as duas empresas.

Nagai e Kogashi têm 50% da nova empresa e Isael, a outra metade. Além das sinergias, a empresa aumenta seu portfólio de produtos, que de sucos, balas, sobremesas, chocolates e refrescos em pó, passa a ter queijos, leite em pó, iogurtes e leite condensado.

A meta é, em três anos, chegar a vendas de R$ 1 bilhão (US$ 581,4 milhões). Para isso, novas aquisições e novos produtos estão na mira. Os planos passam pelos mercados de água de coco em embalagem Tetra Pak e achocolatados em pó. Nada mal para uma dupla formada por um ex-dono de bar que começou no atacado comprando farinha para os amigos que faziam pastel na feira e um ex-vendedor de sucos em pó.