03/05/11 11h35

GEN compra editora voltada para o mercado de cursos técnicos

Valor Econômico

Poucos dias depois de o governo anunciar investimento de R$ 1 bilhão (US$ 625 milhões) em ensino técnico, o Grupo Editorial Nacional (GEN) adquiriu uma editora de livros voltada para esse mercado de cursos técnicos. Por valor não revelado, o GEN comprou a Editora Pedagógica e Universitária (EPU). Essa é a oitava aquisição do GEN que, até então, atuava só com livros destinados aos universitários e profissionais de diversas áreas. Com faturamento de cerca de R$ 100 milhões (US$ 62,5 milhões), o GEN usou recursos de sua geração de caixa e parte do financiamento de R$ 18 milhões (US$ 11,3 milhões) que captou com o fundo Mezanino, do banco Itaú.

Mauro Koogan Lorch, presidente do grupo GEN, acredita que a EPU tem capacidade para duplicar de tamanho por conta do potencial de mercado de cursos técnicos e porque os antigos proprietários da editora, a família Knapp, eram extremamente conservadores em suas políticas comerciais. "Eles não investiam em marketing e vendiam praticamente tudo à vista. E, resolveram vender a editora, que não tem nenhum endividamento, para se aposentarem", explica. A EPU está no mercado há 60 anos.

Outra área de forte atuação da EPU é a de idiomas - segmento em que há grandes expectativas de crescimento por conta da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil que devem gerar maior demanda pelo aprendizado da língua inglesa. Lorch acredita que o atual catálogo, com 250 títulos ativos, pode dobrar para 500 em dois anos. O Grupo GEN também já está negociando a compra da nona editora. E, ainda nesse mês, deve exercer a opção de compra da AC Farmacêutica, empresa que produz conteúdo sobre a área da saúde e também organiza seminários.

O grupo editorial decidiu entrar nesse segmento de produção de conteúdo e eventos porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a distribuição de brindes para médicos. Com essa decisão, os laboratórios farmacêuticos estão trocando os itens promocionais por materiais educativos como, por exemplo, livros da área médica, que não são proibidos pela agência reguladora. "As vendas de conteúdo em janeiro cresceram 72% a mais que no mesmo período do ano passado. Por isso, decidimos antecipar nossa opção de compra que aconteceria daqui um ano", disse Lorch.