25/04/11 11h20

Gasto em publicidade cresce 13% até março

Valor Econômico

As empresas ampliaram os gastos em publicidade no primeiro trimestre do ano, em relação a igual período de 2010. Dados do Ibope Monitor, recebido há poucos dias por executivos do setor, mostram expansão de 13%, sem considerar descontos em tabelas negociados entre agências e veículos de comunicação. Empresas consultadas pelo Valor informaram expansão de 7% a 15% sobre janeiro a março de 2010, quando o crescimento médio atingiu 12%, conforme as agências relataram na época. O Ibope Monitor já havia reportado elevação de 12,6% nos desembolsos dos anunciantes em ações de mídia em janeiro de 2011.

Para Luiz Lara, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) a taxa de 13% é considerada "excepcional", e indica manutenção de parte do ritmo de crescimento de 2010, quando o setor no país cresceu 19%. "É algo impressionante. Mas esse ritmo deve perder força no segundo trimestre, já que a base de comparação é alta, com a Copa do Mundo puxando os investimentos em maio e junho de 2010", diz. "Além disso, a expectativa de que o país cresça menos em 2011 pode se refletir no desempenho do setor".

Algumas agências comemoram uma velocidade de crescimento superior à média do mercado neste ano. A Fischer+Fala registrou alta de 26% nos investimentos de clientes. "Chegou a nos surpreender. Tivemos aumentos em verbas de empresas como a Caixa Econômica Federal, Melitta e [Lojas] Marisa", diz Antonio Fadiga, presidente da Fischer+Fala. A agência acaba de ganhar a conta das marcas Albany e Minuano, do grupo Flora, que já esteve no horário nobre da TV, e deve voltar a anunciar de forma mais agressiva neste ano.

O executivo Guga Valente, CEO do Grupo ABC, conta que a companhia registrou "um forte começo de ano, com aumento de 31% na receita líquida no primeiro trimestre de 2011". Mesmo sem Copa do Mundo, ele acredita que este será um ano melhor que 2010 para o grupo, e não crê em efeitos negativos de uma eventual desaceleração do mercado interno. "O aumento de renda sustentará o consumo das famílias e deve estimular os gastos em propaganda".

Para 2011, publicitários estimam alta de 15% nos investimentos em propaganda e se isso ocorrer, o país deve ultrapassar a França e se tornar o sexto maior mercado de publicidade do mundo. Como força motriz desse crescimento estão empresas que buscam novas formas de exposição de suas marcas em 2011, e por isso devem gastar mais recursos. As compras de espaço em midia de novos anunciantes também podem ajudar a sustentar a boa fase do setor. "Nós calculamos um aumento de cerca de 10% no volume de novos anunciantes no país nos primeiros meses do ano", diz Sérgio Amado, presidente do grupo Ogilvy no Brasil. Esta agência de publicidade conquistou a conta da recém-chegada montadora chinesa JAC Motors, com investimento anual estimado em R$ 70 milhões (US$ 43,8 milhões).