29/01/09 11h21

Gasto com juro da dívida é o menor em 11 anos

Valor Econômico - 29/01/2009

A constituição do Fundo Soberano do Brasil, com aporte de R$ 14,2 bilhões (US$ 6.2 bilhões), provocou o maior déficit primário mensal da série estatística do Banco Central, iniciada em 1991, e ajudou a pressionar a dívida líquida do setor público, que subiu um ponto percentual em dezembro. Isso não impediu, entretanto, que em 2008 o país tivesse um dos melhores desempenhos fiscais da história recente.  O superávit primário do setor público chegou a 4,07% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008, o mais alto desde 2005 e o terceiro maior nas estatísticas fiscais. O gasto com juros da dívida representou 5,59% do PIB, percentual mais baixo em 11 anos. O déficit nominal foi equivalente a 1,53% do PIB, melhor resultado da história. A dívida líquida caiu seis pontos, de 42% para 36% do PIB, entre dezembro de 2007 e de 2008. Além de cair em relação ao PIB, a dívida líquida do setor público também encolheu R$ 80 bilhões (US$ 43.7 bilhões) em termos nominais, passando de R$ 1,150 trilhão (US$ 596 bilhões) para R$ 1,070 trilhão (US$ 584 bilhões). A valorização do câmbio teve um efeito de R$ 98,2 bilhões (US$ 53.7 bilhões) para reduzir a dívida líquida, e o superávit primário, de R$ 118 bilhões (US$ 64.5 bilhões). Os dois fatores mais do que compensaram o efeito negativo das despesas com juros da dívida. O BC projeta para 2009 queda de 1 ponto percentual na dívida líquida, para 35% do PIB. O déficit nominal esperado é de 1% do PIB, tomando como base um primário de 3,8% do PIB.