Gás de Santos será antecipado
O Estado de S. Paulo - 30/10/2006
A crise enfrentada pela Petrobrás na Bolívia desde o decreto de nacionalização das reservas de gás assinado por Evo Morales em maio, forçou a estatal brasileira a ampliar os investimentos nas reservas de gás no Brasil. Um dos focos de investimento é a reserva da Bacia de Santos, no litoral do Estado de São Paulo. Essa bacia tem potencial para duplicar as reservas brasileiras do combustível. As reservas provadas do Brasil hoje superam os 350 bilhões de metros cúbicos de gás. Entre 2007 e 2011, a Petrobrás pretende investir US$ 10,2 bilhões na Bacia de Santos, dos quais US$ 3,3 bilhões em exploração e produção nos cinco pólos. Em dez anos, o montante investido na região pode alcançar US$ 18 bilhões. A tarefa será descobrir mais gás e petróleo na região por meio da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Petrobrás, que foi recentemente inaugurada em Santos. Segundo alguns estudos, a Bacia de Santos poderá alcançar a relevância atual da Bacia de Campos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. Hoje a Bacia de Campos é responsável por 80% do abastecimento do País. De acordo com a Petrobrás, a Bacia de Santos deverá contribuir com até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia a partir de 2010. O primeiro pólo a receber o investimento da estatal será o de Mexilhão. Esse pólo tem a vantagem de produzir só gás natural. Sua capacidade é de 15 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Esse volume de produção se somará aos campos de Merluza, já em produção, BS-500, Centro e Sul. Com a Bacia de Santos, a intenção da estatal é de garantir a auto-suficiência em gás natural no Brasil. A Petrobrás não divulga os volumes totais da Bacia de Santos nem o valor que a companhia pagará de royalties à Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com especialistas, esse valor será conhecido somente quando a produção de gás começar.