Futuro promissor para o campo
Valor Econômico - 29/12/2006
Um amplo estudo realizado pelo Ministério da Agricultura sobre o cenário agropecuário internacional nos próximos dez anos indica que o Brasil deve ampliar de 38% para 51% sua fatia na exportação mundial de soja até o ano-safra 2015/16. A participação do atual líder nesse ranking, os Estados Unidos, deverá cair de 48% para 27% no período, segundo estimativas da Assessoria de Gestão Estratégica do ministério. A Argentina continuaria no terceiro posto. As projeções também apontam para mudanças no ranking mundial da produção do grão. Em dez anos, o Brasil deve elevar sua participação global de 27% para 34%. Os produtores dos EUA devem responder por 30% do total - hoje, detêm 36%. E a Argentina seguirá na faixa de 20% da produção mundial. Somada, a produção dos três países corresponderá a 84% do total. Em 2016, a produção mundial de soja deve chegar a 277 milhões de toneladas, o que significa uma elevação de 23,8% na comparação com a safra 2005/06. O Brasil produzirá 93 milhões de toneladas do grão e os EUA, 82,5 milhões. O cenário desenhado pela equipe do pesquisador-chefe Elísio Contini mostra que o agronegócio brasileiro tem forte potencial de crescimento em razão do aumento da demanda mundial por alimentos suscitada pela elevação da população e da renda mundial. A produção nacional de grãos, por exemplo, pode chegar a 148 milhões de toneladas em 2016/17. A projeção é 27% superior aos 116 milhões de toneladas da temporada 2005/06. A área plantada, segundo o estudo, pode crescer até 16% no período, de 44,4 milhões para 51,4 milhões de hectares. Já a produção brasileira de carnes deve crescer até 10 milhões de toneladas, somando 31,4 milhões, com amplo destaque para frangos e bovinos.