28/08/08 12h31

Fusões entre empresas brasileiras respondem por 74% dos negócios

Gazeta Mercantil - 28/08/2008

A crise de crédito originada nos Estados Unidos e a conseqüente diminuição do apetite de investidores norte-americanos por compras de empresas fora do País modificaram a configuração do ranking de fusões e aquisições no Brasil ao longo do primeiro semestre do ano. De acordo com dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), a desaceleração do número e volume de operações realizadas por esses investidores foi compensada pelo aumento dos negócios entre empresas brasileiras. No primeiro semestre, foram registradas 20 transações envolvendo companhias locais, que somaram R$ 14,4 bilhões (US$ 9,2 bilhões). O montante representou 74% do volume total movimentado. Em igual período do ano passado, fusões entre empresas do País representaram 50% do total das operações. "Isso demonstra a força do mercado local e a continuidade de um processo de consolidação e aumento de eficiência de diversos setores", afirma o coordenador da subcomissão de fusões e aquisições da Anbid, Filipe Pontual. Na avaliação do executivo, a diminuição do ritmo de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), um dos principais sintomas da crise, ainda não teve reflexos na área de fusões e aquisições do Brasil. "Claro que se houver a manutenção do cenário de baixo volume de captações, em algum momento diminuirá o dinheiro que as empresas têm disponível para compras", projeta. "Mas o que percebemos até agora é que o intenso movimento de IPOs dos últimos três anos tem dado força a operações de fusões e aquisições. Essas companhias já apresentavam em seus prospectos a intenção de crescimento através dessas operações", diz. Além do aumento de transações entre empresas brasileiras, o mercado local também registrou no semestre uma maior diversificação dos investidores estrangeiros por empresas locais.