18/11/09 10h56

Fusões e aquisições no país crescem 33% até setembro

O Estado de S. Paulo

Depois de sofrer os efeitos da crise mundial, as operações de fusões e aquisições envolvendo empresas brasileiras estão em plena retomada. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os anúncios de operações de fusões, aquisições, ofertas públicas de aquisição (OPA) e reestruturações societárias somaram R$ 116,7 bilhões (US$ 67,8 bilhões) de janeiro a setembro, um aumento de 33,4% em relação aos R$ 87,5 bilhões (US$ 47,8 bilhões) registrados no mesmo período de 2008. Desse total, 32,8% referem-se a negócios com montante acima de R$ 1 bilhão (US$ 581,4 milhões), ante 19,3% do mesmo período de 2008, o que demonstra que existe uma concentração nas operações de grandes volumes financeiros.

Segundo a Anbima, o setor de alimentos e bebidas liderou o movimento de fusões e aquisições, OPAs e reestruturações societárias, respondendo por 45,5% do volume financeiro, seguido pelo setor de papel e celulose com 16,8%. A responsável pela Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbima, Carolina Lacerda, disse, em nota, que este resultado foi influenciado pelas fusões da JBS Friboi com a Bertin e da Sadia com a Perdigão, além da aquisição da Seara pela Marfrig. No setor de papel e celulose, o destaque foi a operação de aquisição da Aracruz pela VCP. "A atividade de fusões e aquisições está aquecida globalmente e continuamos com uma grande movimentação de empresas brasileiras, sentindo a continuidade da tendência de consolidação em diversos setores no mercado doméstico e de formação de grandes players capazes de competir globalmente", diz Carolina.

Além da volta do crédito, os negócios têm sido favorecidos pela recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). "O ambiente atual é mais propício para este tipo de operação porque a bolsa dá uma referência de preço", disse a diretora gerente do Banco Bradesco de Investimento (BBI), Denise Pavarina. Dentre os setores que mostram maior movimentação neste sentido estão o setor de alimentos e de serviços, segundo Denise. Segundo ela, 2009 está sendo um ano muito mais movimentado do que era esperado pelo banco de investimentos.