21/12/07 16h37

Fusões e aquisições aumentam 43% no ano

Folha de S. Paulo - 21/12/2007

A quantidade de fusões e aquisições de empresas no país cresceu 43% em 2007, com 677 operações registradas, de acordo com estudo divulgado ontem pela consultora KPMG. O número de transações domésticas, que envolvem apenas empresas brasileiras, chegou a 333 - 82% em relação a 2006. Para Cláudio Ramos, sócio da KPMG e responsável pela pesquisa, os dados refletem o bom desempenho da economia. Segundo ele, a queda dos juros, a inflação estável, a oferta de crédito, o aumento do consumo e a redução do risco-país influenciaram no resultado. O consultor ressalta a importância do resultado das transações domésticas, que cresceram 82%, contra um acréscimo de 18% das operações de compra de empresas brasileiras por estrangeiras. "O que se viu em 2007 foi um deslocamento grande do desempenho da conjuntura econômica do Brasil sobre a volatilidade do mercado externo", afirma. A maior fatia das fusões e aquisições se concentra no ramo de alimentos, bebidas e fumo, com 66 transações. Entre as empresas de alimentos que fizeram aquisições, Ramos destaca as do ramo frigorífico, como Friboi e Perdigão. Apesar de empatarem em terceiro lugar, os setores imobiliário e de shopping centers são apontados pelo responsável pelo estudo como os que mais cresceram em fusões e aquisições em 2007. Segundo Ramos, os setores são exemplos de como a abertura de capital influencia na compra de outras empresas. "Não há dúvida de que o desenvolvimento do mercado de capitais oxigenou as fusões, porque deu às empresas recursos que não tinham, e elas partiram para as compras", conclui. Além de fornecer recursos para as aquisições, o mercado acionário também é um dos motivos para as empresas se fundirem ou comprarem outras do mesmo setor.