06/01/09 10h40

Fusões batem recorde de US$ 95 bi em 2008

Valor Econômico - 06/01/2009

As fusões e aquisições bateram recorde histórico no Brasil em 2008, totalizando US$ 95,3435 bilhões, segundo a Thomson Reuters. O volume de transações anunciadas foi 62,2% maior do que o recorde de US$ 58,7795 bilhões de 2007. Para este ano, a perspectiva é de a atividade continuar forte, com muitas consolidações no setor financeiro e de commodities, acredita José Olympio Pereira, responsável pelo banco de investimento do Credit Suisse no Brasil, a instituição financeira que mais assessorou esse tipo de operação no Brasil no ano passado, com mais de 40% do mercado. Segundo ele, 2009 será um ano "desafiador", no qual "moedas alternativas" terão de ser usadas nas fusões e aquisições. Com a falta de crédito, o próprio vendedor vai ter de financiar a venda e mais transações serão pagas com ações, avalia. "Será necessária muita criatividade", diz ele, que não vê mais espaço para aquisições alavancadas. Segundo o executivo, apesar de a forte movimentação continuar, o volume das transações neste ano deverá ser menor do que em 2008. Dificilmente operações de US$ 10 bilhões -como a compra da Brasil Telecom pela Oi, as fusões Unibanco/Itaú e Bovespa/BM&F- vão se repetir na mesma quantidade do que no ano passado. Mesmo em dezembro último, um mês especialmente fraco nos mercados de capitais em todo o mundo, foram anunciadas transações de US$ 5,3 bilhões envolvendo empresas brasileiras, segundo a Thomson Reuters. No final de dezembro, a Investimentos e Participações em infra-estrutura S.A (Invepar) adquiriu o controle acionário do Metrô Rio por R$ 996 milhões (US$ 433 milhões). Já a Usiminas anunciou a compra da fabricante de tubos gaúcha Zamprogna por R$ 160 milhões (US$ 69.6 milhões). Em meio à crise que afeta a indústria automobilística mundial, o grupo alemão Man, segundo maior fabricante de caminhões na Europa, anunciou a aquisição de 100% das ações da Volkswagen Caminhões e Ônibus do Brasil, um negócio de valor total de US$ 1,175 bilhão. A Vale divulgou a compra dos ativos de exportação de carvão da colombiana Cementos Argos por US$ 300 milhões. Também foi considerada a transação na qual o fundo americano Paladin, especializado no mercado imobiliário, entrou no controle da incorporadora InPar, o que pode render R$ 180 milhões (US$ 78.3 milhões) à InPar.