19/11/10 15h33

Fundos podem ficar com até 20% do trem-bala

Valor Econômico

Os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef - dos funcionários do Banco do Brasil, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal, respectivamente - vão participar do projeto do trem-bala, que ligará as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. O aporte, que pode chegar a R$ 1,5 bilhão (US$ 882,4 milhões) por uma fatia de até 20% do trem-bala, será feito por meio da Invepar, holding de infraestrutura e logística com tem como acionistas as três fundações, além da construtora OAS.

Contudo, a Invepar não participará do processo de concorrência para a construção do trem de alta velocidade (TAV). De acordo com Wagner Pinheiro, presidente da Petros, a holding oferecerá seus recursos apenas no fim da disputa, depois que for anunciado o consórcio vencedor. Na ocasião, os ganhadores definirão se precisam dos recursos e em qual montante. Os consórcios interessados na licitação deverão entregar os envelopes com as propostas até dia 29. A sessão pública do leilão acontecerá em 16 de dezembro.

O projeto do trem-bala está estimado em cerca de R$ 35 bilhões (US$ 20,6 bilhões). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar no máximo R$ 19,9 bilhões (US$ 11,7 bilhões), sendo que há uma limitação a 60,3% do investimento total ou 80% dos itens financiáveis pelo banco. Os sócios privados devem entrar com cerca de R$ 7 bilhões (US$ 4,1 bilhões). O R$ 1,5 bilhão (US$ 882,4 milhões) que pode ser injetado pelos fundos de pensão será desembolsado ao longo de cinco anos.

O interesse dos fundos no trem-bala já estava claro havia alguns meses. Em maio, a Previ anunciou que alguns diretores da Invepar iriam ao Japão para conhecer um projeto da Mitsui. A entrada no TAV também vai ao encontro dos planos de expansão de negócios da Invepar. Até 2015, a empresa pretende investir até R$ 4 bilhões (US$ 2,4 bilhões) em concessões de rodovias, transportes urbanos para passageiros, portos e privatização de aeroportos. Hoje, a Invepar controla o Metrô do Rio, a Linha Amarela, ambos no Rio, e as concessões rodoviárias Auto Raposo Tavares, no interior de São Paulo, e BA-093, na Bahia.