13/04/10 10h07

Fundos de private equity investem US$ 34 bi no país

Valor Econômico

Os investimentos feitos por fundos de private equity têm se tornado cada vez mais importantes para as empresas brasileiras. Em 2009, os fundos de private equity tinham US$ 34 bilhões de capital comprometido para investimentos no Brasil, segundo dados do último censo da indústria realizado pelo Centro de Estudos em Private Equity da Fundação Getúlio Vargas (GVcepe). O montante é mais de cinco vezes superior aos US$ 6 bilhões que havia em 2004, data do último levantamento. Com isso, a indústria de fundos de participações em empresas saltou de 1% para 2,2% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) em cinco anos. "O crescimento do volume de capital voltado para investimentos de private equity está relacionado a uma série de fatores positivos, como a estabilidade da economia brasileira e a abundância de recursos de investidores estrangeiros", disse Cláudio Furtado, coordenador do GVcepe.

Outro fator fundamental para o desenvolvimento da indústria foi a atividade do mercado de capitais. Empresas com fundos de participações em seu capital fizeram 37 ofertas iniciais de ações - IPOs, na sigla em inglês - de 2004 a 2009, somando R$ 31,3 bilhões (US$ 15,9 bilhões) em recursos levantados, segundo dados do censo. "A perspectiva de ter uma porta de saída para os investimentos leva os gestores a aportarem mais recursos no Brasil", afirmou Furtado.

Entretanto, mesmo diante do crescimento da indústria em mais de R$ 25 bilhões (US$ 12,7 bilhões) em cinco anos, o Brasil ainda está abaixo das médias internacionais, que é um total de capital comprometido pelos fundos de private equity de 3,5% do PIB. A expectativa do GVcepe é que esse patamar seja atingido daqui a quatro anos, quando as gestoras terão US$ 70 bilhões para investimentos em empresas brasileiras.

"O Brasil vai atrair mais investidores do que qualquer outro país emergente nos próximos dois anos. E muitos deles nunca tinham colocado os pés por aqui", disse Roger Leeds, presidente de private equity dos países emergentes, a Empea, resumindo os resultados de uma pesquisa feita pela entidade com investidores do setor e que será divulgada em maio. Hoje, a maior parte dos recursos que estão no Brasil já é trazida por investidores estrangeiros. No ano passado, dos US$ 4,6 bilhões levantados pelos fundos, US$ 2,9 bilhões tinham origem no exterior.