03/10/09 10h11

Fundos de pensão se voltam à infraestrutura

O Estado de S. Paulo

Atentos à necessidade de diversificar seus investimentos em um cenário de juros baixos, que reduzem o retorno dos títulos públicos, os fundos de pensão brasileiros estão analisando investimentos no setor de infraestrutura, em especial na área de energia e transportes. Projetos como a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), e o trem-bala entre São Paulo e Rio estão entre os focos de atenção dos fundos, que também avaliam a entrada em investimentos em novos negócios via Fundos de Investimentos em Participações (FIP). A capitalização da Petrobrás, prevista para ocorrer no ano que vem, deve ser outra destinação dos recursos das fundações que já participam da empresa.

A Petros, segundo maior fundo de pensão do Brasil, poderá destinar de R$ 1 bilhão (US$ 555,6 milhões) a R$ 1,5 bilhão (US$ 833,3 milhões) para o setor de energia elétrica, caso concretize sua intenção de participar dos projetos de hidrelétricas em Belo Monte e Jirau. Segundo o presidente da entidade, Wagner Pinheiro, o fundo estuda participar de algum consórcio no leilão da Belo Monte, previsto para ocorrer ainda este ano. Essa participação deve ocorrer em parceria com a CPFL, empresa de energia em que a Petros participa do bloco de controle. Outro foco da Petros no setor de infraestrutura é o trem-bala. No mês que vem, o fundo terá uma reunião com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o assunto.

Já a fundação dos funcionários do Banco do Brasil também está atenta ao segmento de shoppings centers e escritórios comerciais por causa da boa rentabilidade desse tipo de investimento. Atualmente, o fundo tem R$ 3 bilhões (US$ 1,7 bilhão) em carteira no setor imobiliário, mas tem espaço para crescer porque aplica menos de 3% do seu patrimônio nesses ativos, enquanto o limite é de 8%.

Além da capitalização da Petrobrás, que interessa tanto á Previ como a Petros, o pré-sal também desperta o interesse dos fundos de pensão. As duas entidades poderão investir nessa área por meio de Fundos de Investimento em Participações (FIPs). No caso da Petros, os investimentos no pré-sal podem chegar a R$ 1,5 bilhão (US$ 833,3 milhões).