Fundos de investimentos já põem US$ 120 bi no mercado
Valor Econômico - 03/01/2007
Apesar de inegável, o descompasso entre oferta e demanda não foi o único causador da turbulência no mercado de metais. Nos últimos dois anos, fundos de investimentos têm entrado com voracidade neste tipo de ativo, diante das boas perspectivas de ganho, ajudando a impulsionar e sustentar os preços dos metais nas alturas. Há quem diga que isso causou um deslocamento entre os preços e os fundamentos do mercado. Uma prova da influência destes investimentos é o aumento dos preços do cobre em 2006 mesmo com mais metal disponível no mercado. Em 2005, o preço médio do cobre foi de US$ 3.684 a tonelada, com um déficit de oferta de 168 mil toneladas. No ano passado, mesmo com uma sobra de 39 mil toneladas de metal, as cotações tiveram uma média de US$ 6.778 a tonelada. Estima-se que fundos de índice ligados a commodities aumentaram seus patrimônios de US$ 20 bilhões para US$ 120 bilhões nos últimos cinco anos. Estes fundos, que dentre os investidores em commodities têm dados mais acessíveis, destinam 10% dos seus investimentos ao mercado de metais não-ferrosos. Cerca de 55% é voltado para energia, 30% para commodities agrícolas e 5% para metais preciosos. Apesar de não serem os únicos fundos a investir em commodities, eles dão uma idéia do tamanho do mercado. É possível prever que os metais não-ferrosos poderão ganhar uma participação ainda maior nos índices destas carteiras, que hoje se apóiam no setor de energia. Em comparação com o mercado total de investimentos, de US$ 150 trilhões, estes fundos podem parecer pequenos, mas são muito significativos em comparação ao porte do mercado de metais. No caso do cobre, o mercado é de aproximadamente US$ 102 bilhões. Em 2007, o zinco deve ser a grande aposta dos fundos, já que é o metal com as maiores perspectivas de valorização. Nos últimos anos, as estrelas dos investidores têm sido o cobre e o alumínio.