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Fundo inglês Actis reserva quase U$$ 444 mi para o Brasil

Valor Econômico - 01/12/2008

O fundo inglês de private equity Actis, especializado em comprar participações em empresas, está prestes a fazer os primeiros negócios no Brasil. A gestora anuncia hoje, em Londres, a criação de seu terceiro fundo, com capital de US$ 2,9 bilhões captados em meio à maior crise financeira em décadas. O fundo será o primeiro da Actis com uma parcela de recursos dedicada ao Brasil, que terá quase R$ 1 bilhão (US$ 444 milhões) . Até agora, a gestora, que tem mais de 60 anos, só investia na China, Índia, África e Sudeste Asiático. A Actis pertencia ao governo britânico. Em 2004, foi privatizada e os próprios executivos começaram a tocar as operações do fundo. Dos US$ 2,9 bilhões captados, US$ 450 milhões estão reservados para os países latino-americanos, dos quais entre 70% e 80% devem ser alocados no Brasil. Chu Kong e Patrick Ledoux, responsáveis pelas operações da Actis na América Latina, dizem que o Brasil é o foco da gestora na região, por conta do potencial de crescimento do país. A base das operações será em São Paulo, com equipe de seis pessoas. Antes mesmo de encerrar oficialmente a captação do fundo, a gestora já acerta os primeiros investimentos no país. Segundo Ledoux, três empresas estão em fase avançada de negociação. A política do Actis é investir no mínimo US$ 50 milhões por companhia, ou seja, a gestora procura empresas em estágio mais avançado de desenvolvimento. A meta é aplicar recursos em oito a dez companhias brasileiras. Dependendo da empresa e do setor, o investimento pode ser minoritário ou o fundo pode assumir o controle. Os gestores contam que há quatro setores prioritários para os investimentos. Serviços financeiros, bens de consumo, saúde e educação. Isso não exclui aportes em companhias de outros setores com potencial de crescimento. O fundo trabalha com prazo de investimento de 3 a 7 anos. Este é o terceiro fundo da Actis e o objetivo é investir em até 40 companhias. Nos últimos 10 anos, foram investidor mais de US$ 3 bilhões em 154 negócios em 42 países. A gestora possui 13 escritórios em 11 países.