27/05/10 12h04

Fundo chinês põe Brasil em destaque

Valor Econômico

China Investment Corporation (CIC), o poderoso fundo soberano chinês de US$ 300 bilhões, está avaliando alguns projetos no Brasil para expandir sua presença no país, disse ontem ao Valor seu presidente, Gao Xiqing. "Planejamos alocar mais dinheiro para o Brasil e outros emergentes do que para a Europa, por exemplo", declarou o executivo. "Já temos presença em importantes companhias brasileiras e não focamos só em recursos naturais."

Pouco se sabe sobre o portfólio do fundo no país, ou menos no mundo. No fim do ano passado, o CIC tinha US$ 650 milhões em ações da mineradora Vale, o quarto maior ativo do seu portfólio. A informação tornou-se pública em fevereiro quando, pela primeira vez, o CIC abriu certas informações à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana.

Xiqing declarou que o Brasil "é um dos países onde não temos problemas com o governo e nem com o ambiente dos negócios". Xiqing não mencionou valores investidos no Brasil. "O percentual deve ser equivalente à participação do país na produção mundial. Mas no caso do Brasil pode ser um pouco mais, porque estamos realmente muito interessados, pela complementaridade com a economia chinesa." O fundo chinês, criado há dois anos e meio, já investiu US$ 110 bilhões. Mas seu estoque total de ativos é de US$ 300 bilhões, somando as participações feitas antes por bancos chineses.

Em todo caso, deixou claro que o fundo não pretende reduzir seu nível de investimentos na Europa, apesar da crise do endividamento que derrubou o euro. "Vamos manter a alocação na Europa. Mas no longo prazo precisamos examinar com muito cuidado se as políticas na União Europeia, as questões da moeda e de regulação permitirão à região crescer como no passado."