23/02/10 11h09

Frota maior estimula negócios de repintura

Valor Econômico

As perspectivas otimistas para as vendas da indústria automotiva brasileira, a crescente procura por tintas premium nas oficinas e o apelo cada vez maior dos produtos de "tecnologia verde" junto ao consumidor estão elevando as apostas das três maiores companhias do segmento de repintura automotiva no mercado nacional. PPG, Basf e DuPont, que lideram mundialmente esse setor e no Brasil respondem por cerca de 30% dos negócios cada uma, já preparam suas estratégias para ampliar presença em solo brasileiro. Em comum, as três multinacionais lançam mão de novas tecnologias e do mote da sustentabilidade para galgar posições em um nicho atualmente estimado em US$ 150 milhões por ano.

Uma das maiores fabricantes mundiais de tintas, a PPG atua no segmento de repintura automotiva por meio da PPG Refinish, que gera aproximadamente 20% do faturamento da companhia no país - em 2009, as vendas globais da PPG Industries ultrapassaram os US$ 12 bilhões. Para 2010, a expectativa é de crescimento de 5% nas receitas oriundas do mercado brasileiro de repintura, ante desempenho estável em 2009 em razão do impacto da crise econômica, sobretudo nos primeiros meses do ano. "O Brasil é um mercado de altíssimo interesse para a PPG. As oportunidades de crescimento acelerado estão em países emergentes", afirma o diretor da unidade de negócios de repintura na América do Sul, Maurício Gustavo Palumbo. "Temos visto um crescimento forte no país nos últimos anos, o que acaba se refletindo no nível de investimentos executados por aqui", acrescenta, lembrando que a PPG comprou o direito de uso por 40 anos da marca Tintas Renner, usada no segmento decorativo, em razão da perspectiva positiva para o mercado brasileiro.

Na Basf, a estimativa é a de crescimento de dois dígitos do faturamento da área no país, superando desta forma a expansão prevista para o mercado. "Queremos, nos próximos anos, retomar a liderança no Brasil, assim como já fizemos na Argentina", diz o diretor do negócio de repintura da Basf na América do Sul, Francisco Verza. Conforme o executivo, além do reflexo imediato nas vendas de automóveis, a melhora do cenário econômico também produz efeito psicológico positivo nos proprietários de veículos que estavam adiando algum reparo em razão das incertezas geradas pela crise.

A DuPont, por sua vez, vê possibilidade de crescimento entre 5% e 7% do mercado, sobretudo nas oficinas de médio e grande porte. Segundo o responsável pela área de repintura da DuPont no Brasil, Marcelo Herrera, o aumento da frota de veículos no país tem puxado o desempenho dos negócios e ampliado as apostas do grupo no mercado brasileiro. "Estamos ampliando nossos esforços de capacitação de clientes e investindo no lançamento de novas tecnologias", conta. No ano passado, a DuPont reinaugurou seu Centro de Repintura Automotiva (CRA) de Guarulhos (SP), com capacidade para treinar até 60 técnicos por mês, e planeja mais inaugurações para os próximos dois anos - em 2011, o Nordeste deve receber um centro dessa natureza.