26/09/23 14h48

Frota de carros elétricos cresce 48% em um ano na cidade

Sorocaba é destaque no cenário nacional pela produção de veículos eletrificados, com 32.035 unidades

Cruzeiro do Sul

Embora os números ainda sejam baixos, a quantidade de carros elétricos circulando pelas ruas de Sorocaba está aumentando. Conforme dados divulgados pelo Departamento de Trânsito do Estado (Detran-SP), a pedido do Cruzeiro do Sul, houve aumento de 48,09% no total de automóveis elétricos e/ou híbridos registrados na cidade. Neste ano, até o momento, são 428 contra 289 no mesmo período do ano passado.

O aumento de carros elétricos e/ou híbridos registrados em Sorocaba foi maior do que o registrado no mesmo período em todo o Estado. De acordo com os dados do Detran-SP, atualmente, são 21.761 automóveis elétricos e/ou híbridos registrados em São Paulo. Em agosto de 2022, o Estado contabilizava 15.625, o que representa aumento de 39,27% na comparação com igual período do ano passado.

Apesar de a cidade ainda ter poucos automóveis elétricos e/ou híbridos circulando pelas ruas, Sorocaba é destaque no cenário nacional pela produção de veículos eletrificados, por conta das unidades da fábrica da montadora japonesa Toyota, que mantém uma planta na cidade e outra em Porto Feliz, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

Desde 2021, a montadora é responsável pela produção do primeiro SUV híbrido flex do mercado, produzido no Brasil, nas suas versões a combustão e híbrida flex. De lá para cá, a unidade de Sorocaba produziu 32.035 veículos equipados com a tecnologia híbrida flex. Além disso, atualmente, a Toyota produz dois modelos com a tecnologia híbrida flex e já anunciou a produção de um terceiro modelo compacto híbrido flex para 2024.

“Além do terceiro modelo com a tecnologia híbrida flex, que será produzido em Sorocaba, a montadora japonesa anunciou, na semana passada, o início de testes para a tecnologia híbrida plug-in flex, uma rota tecnológica ainda não presente no Brasil, mas que faz parte dos planos de investimento da Toyota para os próximos 5 anos”, informa a empresa.

A montadora também produz outro carro, com a tecnologia híbrida flex, na fábrica de Indaiatuba, que foi o primeiro modelo da companhia a ser produzido no país e oferecido no mercado brasileiro. Antes disso, com o objetivo de impulsionar a eletrificação da frota de veículos no Brasil, em 2013, a montadora lançou o primeiro veículo híbrido no país: o Prius.

Os mais emplacados

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), os dois automóveis do segmento produzidos pela montadora japonesa estão entre os 10 modelos eletrificados mais emplacados em agosto deste ano no Brasil. Na primeira colocação, está o Corolla Cross (HEV: elétrico híbrido não plug-in) e na 3ª posição, o Corolla Premiumh, com a mesma tecnologia HEV.

Já as demais posições do ranking são dominadas por veículos eletrificados das montadoras chinesas BYD, Caoa Chery e GWM, sendo que esta última já anunciou, recentemente, que começará a produção de veículos no Brasil em maio do ano que vem.

A montadora japonesa informa que, somando as vendas dos dois modelos produzidos e comercializados no Brasil com a tecnologia HEV, a companhia alcançou 64.867 unidades. “Esse volume corresponde a 37% de todos os veículos eletrificados que estão em circulação no Brasil”, aponta a Toyota.

Para a ABVE, por larga margem, agosto bateu o novo recorde mensal de vendas de veículos leves eletrificados no Brasil, com 9.351 emplacamentos -- 25% acima do recorde anterior de julho (7.462) e 120% sobre agosto de 2022 (4.249). A entidade informa ainda que o mercado brasileiro de veículos eletrificados (HEV + PHEV + BEV) manteve o mesmo ritmo intenso de vendas do primeiro semestre e aproxima-se da marca histórica de 10 mil unidades num único mês.

Quase 200 mil no Brasil

De acordo com a ABVE, em oito meses de 2023, o Brasil emplacou 49.052 eletrificados leves, praticamente o mesmo número de todo o ano anterior (49.245 em 2022) que já tinha sido recorde, o que representa um aumento de 76% em relação ao mesmo período de 2021 (27.812). Na comparação com os primeiros oito meses de 2020, o aumento é de 167%.

A entidade aponta ainda que o total da frota de eletrificados leves em circulação no Brasil chegou a 175.491 veículos (janeiro 2012 a agosto 2023). Há uma década, de janeiro a agosto de 2013, o Brasil tinha vendido apenas 321 veículos e, em 2023, vendeu 49.052 no mesmo período -- um aumento astronômico de 15.181%.

Para o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, os resultados de agosto são expressivos, mas lembrou que ainda há muito trabalho pela frente para o país aproximar-se dos principais mercados globais em eletromobilidade.

“Esses números são importantes, pois consolidam todo um ecossistema de mobilidade elétrica pautado pela inovação e pelo desenvolvimento tecnológico. Eles mostram que a eletromobilidade é irreversível também no Brasil. Ainda assim, temos de aperfeiçoar o ambiente regulatório e tributário em todos os níveis de governo para reforçar a confiança do consumidor e dos investidores. Nosso objetivo é assegurar um crescimento sólido e de longo prazo do transporte elétrico no Brasil, em sintonia com as demais rotas tecnológicas sustentáveis. Por isso, defendemos uma Política Nacional de Eletromobilidade”, diz Ricardo Bastos.

Recarga de bateria

Ainda considerados caros, principalmente no mercado brasileiro, além dos preços dos carros elétricos, outra questão que ainda gera insegurança entre os consumidores é a questão do carregamento da bateria, já que ela é considerada o “coração” dos automóveis eletrificados.

Em Sorocaba, por exemplo, são poucos os locais que possuem equipamentos para recarga externa de veículos elétricos, ficando limitados a estacionamentos de alguns supermercados, de shoppings, condomínios, e outros poucos locais.

Para a ABVE, a evolução do mercado de eletrificados vem se desenhando no Brasil, conjugando investimentos em instalação de eletropostos, novos modelos disponíveis e novas montadoras atuando no mercado.

“Essa questão pode ser percebida pela gradativa evolução do consumidor de veículos elétricos rumo aos veículos plug-in, que têm recarga externa das baterias e mais autonomia no modo elétrico. A participação dos plug-in (BEV e PHEV) sobre o total de vendas de eletrificados foi de 52% em agosto (4.874 veículos), um pouco mais do que a soma dos HEV e HEV flex, com 48% (4.477 veículos)”, diz Ricardo Bastos.

Ainda, conforme os fabricantes, a maioria dos carros elétricos vendidos no Brasil têm baterias de íons de lítio, que é o mesmo material usado em vários aparelhos eletrônicos, como celulares.

Desse modo, para carregar a bateria de um carro elétrico basta conectá-lo à tomada, visto que o veículo com a tecnologia plug-in possui os cabos para carregamento, que podem ser conectados a qualquer tomada doméstica.

Já os automóveis HEV (elétrico híbrido não plug-in), como os dois modelos da Toyota, possuem motores elétricos que são alimentados por uma bateria híbrida de níquel-hidreto metálico, que fica localizada embaixo do banco traseiro.

Há também um sistema de freios regenerativos, que transforma a energia cinética de frenagens e desacelerações em elétrica ou seja, sempre que o motorista freia ou desacelera, recarrega as baterias. Outra forma de recarga é por meio do motor a combustão, que atua como gerador, não necessitando assim de uma recarga externa.

 

Fonte: https://www.jornalcruzeiro.com.br/frota-de-carros-eletricos-cresce-48-em-um-ano-na-cidade.html