08/01/10 11h16

Friuli vai ampliar presença nos setores de defesa e aeroespacial

Valor Econômico

Um novo contrato na área de defesa e a aprovação de um projeto de desenvolvimento tecnológico pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) vão dar continuidade ao processo de diversificação nos negócios da Friuli, reduzindo sua dependência do setor aeronáutico, principalmente da Embraer. Única fabricante nacional de bombas de penetração para a Força Aérea Brasileira (FAB), a Friuli aumentará para 20% a participação do setor de defesa em sua receita em 2010. A Embraer deverá ficar com 50%, enquanto o setor aeroespacial fica com 20% e o segmento de petróleo com 10%. Até setembro de 2008, 95% da produção era destinada à Embraer. Índice que caiu para 60% no ano passado.

O aumento do setor de defesa virá da vitória em uma licitação aberta pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) para a produção dos motores do foguete VSB-30, utilizado em missões sub-orbitais de exploração do espaço. "Esse contrato viabiliza a criação de uma estrutura maior de engenharia na empresa, abrindo novas oportunidades no setor aeroespacial, especialmente no mercado de exportação", comenta Gianni Cucchiaro, diretor da empresa.

Em dezembro, a Friuli também confirmou a aprovação, pela Finep, do projeto de desenvolvimento de um sistema de planeio e guiamento de bombas por GPS. A empresa vai receber R$ 4,1 milhões (US$ 2,4 milhões) para o projeto, através do programa de subvenção econômica de 2009. O sistema de guiamento de bombas que a Friuli irá desenvolver, segundo Cucchiaro, é de alta precisão e será capaz de lançar bombas de 230 quilos, a uma distância entre 70 e 75 quilômetros e altitude de 30 mil pés. "Esse sistema, guiado por GPS, expõe menos a aeronave a riscos, pois é mais preciso no alvo, similar a um míssil." O custo do sistema, segundo o executivo, deve ser da ordem de US$ 25 mil.

Além dos novos projetos, a Friuli fornece peças para a marinha, como contêineres para armazenamento e transporte do míssil mar-ar Aspide. Ainda no segmento aeroespacial, a Friuli produziu três maquetes de 40 metros de altura do foguete Cyclone 4, da Ucrânia. As maquetes serão utilizadas na campanha de divulgação do lançador ucraniano pelo mundo. O Brasil assinou um acordo com a Ucrânia para lançar os foguetes da família Cyclone a partir do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão.