04/07/12 12h00

Freudenberg tem € 1,5 bi para investir em cinco anos

Brasil Econômico

Fabricante alemã de autopeças e não tecidos vai destinar parte do recurso para “abrasileirar” o negócio; nova fábrica e aquisições no Brasil estão na lista da companhia

A companhia alemã Freudenberg anunciou investimento de € 1,5 bilhão para ampliar seus negócios globais até 2017. A fabricante de autopeças e não-tecidos quer “abrasileirar” o negócio e vai destinar parte do recurso para instalar uma nova fábrica no país em 2013, além de estar com o radar ligado para aquisições por aqui.

A nova unidade da companhia será instalada em São José dos Campos (SP) e deve entrar em operação em janeiro do próximo ano para produzir produtos da área de não-tecidos (material usado na confecção de itens como fraldas descartáveis e em vestuário em geral). Assim, a Freudenberg passará a ter oito fábricas no país.

Apesar de ser pouco conhecida pelo consumidor final, a empresa tem presença no Brasil há 150 anos, fornecendo sistemas de vedação para todas as montadoras de caminhões, ônibus e motos instaladas no país. Além disso, a companhia fabrica entretelas não-tecidas para as indústrias de vestuário, construção, calçados, têxtil, móveis e higiene. Na lista de clientes figuram empresas como Petrobras, P&G e Kimberly-Clark.

No ano passado o Brasil registrou vendas de € 244 milhões, valor equivalente a 4% do total global angariado pela empresa, de € 6 bilhões. Apesar de pequena, a participação do país anima os executivos da companhia. Ao lado de mercados como China e Índia, o país é aposta para garantir crescimento em tempos de crise europeia. “Até 2020 a participação do Brasil nos negócios globais da companhia deve crescer cerca de 50% e responder por aproximadamente 6,2% das vendas globais”, disse com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO, Juan Carlos Borchardt, representante regional da América Latina do Grupo Freudenberg.

A grandeza do Brasil nos negócios da empresa fica mais evidente quando se fala da América Latina. O país responde por 70% dos negócios na região. “Apesar do encolhimento do mercado brasileiro no primeiro semestre, esperamos uma recuperação nos próximos meses e o Brasil deve crescer entre 5% e 7% neste ano, enquanto a previsão global é de 4%”, contabiliza Borchardt, referindo-se à venda de caminhões, que apresentou queda devido à nova tecnologia Euro V, que encareceu os veículos em cerca de 15%.

O setor de vestuário e têxtil, importantes fontes de receita da companhia, também devem auxiliar no progresso dos números brasileiros. Segundo o executivo, o câmbio na casa dos R$ 2 faz com que a indústria nacional volte a ser competitiva e a importações de roupas prontas deixe de ser vantajosa.

Aquisições
Os planos para incrementar os números brasileiros incluem uma política agressiva de aquisições. Segundo Borchardt, há alguns negócios no radar da companhia e há caixa de sobra para ir às compras. Os segmentos de tecnologia médica, petróleo e gás, turbinas eólicas, máquinas agrícolas e de construção, estão entre os preferidos pela Freudenberg.