04/06/12 15h25

Francesa Bomag está prestes a se instalar no país

Valor Econômico

A fabricante de equipamentos para compactação e pavimentação rodoviária Bomag está prestes a se instalar no Brasil. A empresa é parte do grupo familiar francês Fayat, que faturou €3,2 bilhões em 2011, e vai inaugurar sua primeira linha de montagem na América Latina em outubro, na cidade de Campinas (SP).

O investimento total no empreendimento foi de R$ 12 milhões. A área da unidade produtiva é de 22 mil m2, com 5 mil m2 de área construída e irá empregar 40 funcionários. Neste ano, a previsão é que a unidade produza 200 equipamentos e que chegue em 2014 à total capacidade da linha de montagem, de 500 máquinas por ano.

O presidente do grupo, Jean-Claude Fayat, explica que um dos fatores que levou à decisão de produzir no Brasil foi poder aproveitar as linhas de financiamento do BNDES para bens de capital, que exigem um grau de nacionalização de 60%. Esse patamar será cumprido pela Bomag. Segundo Rogério do Nascimento, gerente comercial da empresa para a América do Sul, componentes estratégicos das máquinas ainda serão importados da matriz, na Alemanha, mas partes como cabinas, chassis e plataformas serão adquiridas de fabricantes nacionais.

Fayat ressalta, no entanto, que o acesso a linhas de financiamento competitivas não foi o principal fator de decisão para a empresa vir para o país. "Foi um erro não ter presença no Brasil antes, o país é hoje o nosso maior mercado na América Latina", diz o presidente. A Bomag vende equipamentos no Brasil, através de distribuidores, desde 2008, mas vende para países vizinhos, como Argentina e Chile, desde a década de 70.

Em 2008, a Bomag já tinha intenção de instalar uma unidade no Brasil, mas os planos foram adiados por causa da crise financeira mundial e retomados em 2010. Com a produção iniciada, a empresa projeta aumentar o faturamento no país em mais de 50%. Este ano, o faturamento deve ficar entre R$ 8 milhões e R$ 9 milhões e a estimativa para 2013 é de R$ 14 milhões.

A produção começará com três linhas de compactadores de solos e deve ter o portfólio ampliado nos próximos anos. As vendas continuarão sendo realizadas por meio dos distribuidores, seguindo o alinhamento estratégico mundial da companhia. Em 2013, a empresa projeta construir um estoque de peças de reposição que irá suprir a rede de distribuidores, centralizando o serviço. Hoje, essa rede consegue atender a 90% das demandas por partes dos clientes brasileiros. A nova central permitirá chegar a 100%, diz Nascimento.

O presidente do grupo Fayat afirma que outra estratégia será trazer para o Brasil a estrutura chamada "Academie", que já foi implementada com sucesso na China. A ideia, segundo Fayat, é levar aos mercados emergentes um espaço de treinamento técnico e desenvolvimento de novos produtos.