22/04/09 11h31

França busca mais espaço na economia brasileira

O Estado de S. Paulo - 22/04/2009

Não só de arte se fará o Ano da França no Brasil, iniciado oficialmente ontem, com um evento no Rio. Uma verdadeira ofensiva comercial será promovida em paralelo à agenda cultural. Mais de 600 empresas foram convidadas pelo Palácio do Eliseu a promover a economia francesa em 40 encontros que serão realizados até novembro, reunindo a nata do mundo empresarial da França, mas também pequenas e médias empresas. O objetivo é fazer as companhias do país avançarem no maior mercado da América Latina.

O viés comercial do Ano da França no Brasil é organizado pelo Ministério da Economia e pela Secretaria de Comércio Exterior, em Paris. A ideia é ampliar o número de companhias já estabelecidas no Brasil - 360, dentre as quais 35 dos 40 maiores conglomerados franceses -, facilitando o acesso de médias, pequenas e micro empresas a mercados e parceiros brasileiros. Entre as ações comerciais na agenda em 2009 estão desde feiras para divulgação de vinho, cosméticos e moda, até biotecnologia, informática, transportes ferroviários e aeronáuticos e indústria nuclear. Os empresários franceses estão de olho nos investimentos públicos - em especial o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) -, e nas parcerias público-privadas (PPP) para a construção de novas usinas nucleares, do trem-bala ou para a renovação da esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB), por exemplo. Produtos como os aviões Airbus e Rafale, os trens Alstom e os reatores nucleares EPR, da Areva, serão destaques das comitivas francesas.

Tamanho interesse se dá em função do mercado consumidor em expansão no Brasil. Além disso, a evolução dos números do comércio bilateral gera otimismo no meio empresarial francês. Embora ainda tímido - a França é o oitavo maior parceiro econômico do Brasil, enquanto o Brasil é o 21º da França -, o comércio entre os dois países cresceu 135% nos últimos cinco anos.