31/03/10 11h30

Forte disputa por ponto comercial no varejo

DCI

Para explorar novas áreas, abocanhar consumidores em mercados menos tradicionais e atingir novas classes sociais, as redes de varejo têm ampliado em até 20% o número de consultores de campo, os investimentos em geomarketing e as ferramentas de busca de novos locais. A tendência vem em função da forte demanda de consumo no País. A Subway é uma das que ampliaram sua equipe de consultores e miram em cidades menores, com no mínimo 80 mil habitantes, a fim de chegar, por exemplo, à classe C. A meta da marca, a segunda maior de fast-food do mundo, hoje com mais de 370 unidades no Brasil, é chegar a 500 lojas este ano.

Segundo Roberta Damasceno, gerente de Operações da rede, a Subway tem um plano agressivo de chegar a ser maior rede de fast-food do País até 2014, passando à frente de concorrentes de peso como McDonald's e Bob's. Para encontrar espaços para abrir unidades, a empresa divide o Brasil em algumas regiões, cada uma das quais conta com um supervisor ou agente de desenvolvimento. Esses agentes estão contratando cada vez mais consultores de campo, pessoas locais que ajudam na procura e no suporte ao franqueado.

Hoje, existem dez agentes no País, que são peças-chaves para o crescimento da rede e muitos são franqueados da marca. "Em 2008 não tínhamos consultores de campo, os supervisores faziam todo o trabalho sozinhos; agora, muitos deles já têm dois consultores, em algumas regiões até mais. O agente responsável por Paraná, Santa Catarina e interior de São Paulo, por exemplo, tem uma equipe muito bem estruturada, com cinco consultores", explica.

Outra grande aposta da rede norte-americana que está em 91 países e tem 32 mil unidades é passar a atingir o público C e D, não só mais as classes A e B, o que habilita novos locais a receber lojas. A marca está fazendo um teste no Rio de Janeiro, onde vende sanduíches de 30 centímetros (seu maior tamanho) por um preço mais barato: R$ 9,90 (US$ 5,5). Esta estratégia amplia as vendas em 20% e tem atraído novos consumidores. A intenção é passar a fazer isso também em outros locais.

De acordo com Roberta, a rede está em 17 capitais e muitas começam a ficar saturadas, como é o caso de Curitiba, com 27 lojas; já capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, por seu tamanho, ainda podem receber mais lojas, além de terem abertura de mais shopping centers. Outra possibilidade é explorar espaços em supermercados, postos de gasolina e estações de metrô, entre outros.

O especialista Antônio Carlos Ruótolo, diretor de Geonegócios do Ibope Inteligência, reforça que "todas as classes sociais estão apresentando crescimento de renda média", e, mesmo sendo difícil medir o potencial de consumo da classe C, é inegável que ela está maior, já que um quarto da classe D migrou para a C, aspecto ao qual as redes estão mais atentas na hora de expandir, e usando mais ferramentas, como as do próprio Ibope.