Fornecedores da Petrobras terão US$ 11,5 bi
O Estado de S. Paulo
Fornecedores brasileiros do setor de petróleo já contam com fundos no valor de US$ 11,5 bilhões para ampliar a capacidade produtiva. A informação foi dada ontem pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, no Rio. Ele também defendeu que qualquer empresa estatal ou privada de grande porte deve incentivar a contratação de conteúdo nacional, em crítica velada à Vale.
Os recursos destinados a fornecedores estão divididos em duas modalidades: um fundo de direitos creditórios de US$ 7 bilhões e três fundos de participação, de US$ 1,5 bilhão cada. O primeiro vai garantir capital de giro às empresas contratadas da Petrobras, antecipando receita que será liberada pela estatal no decorrer dos contratos. Já os fundos de participação vão capitalizar fornecedores para investimentos em expansão ou modernização da capacidade produtiva. Os recursos, captados no mercado, serão usados para comprar participação em fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo. "A indústria nacional terá um comprador gigantesco, que é a Petrobras, mas à medida que se equipar, poderá fornecer para outras empresas."
O presidente da Petrobras lembrou que a companhia já ampliou o conteúdo nacional em suas encomendas de 57%, em 2003, para 75% no primeiro semestre de 2009. Segundo ele, esse movimento representou a compra de US$ 14 bilhões a mais de empresas brasileiras. Ele defendeu a política de nacionalização da Petrobras, afirmando que não se trata de proteger a indústria nacional a qualquer custo e sim de incentivar a competitividade de fornecedores. Gabrielli destacou que a Petrobras quer contribuir para a ressurreição da indústria naval brasileira, que já foi uma das maiores do mundo.
Como resultado da política de nacionalização, Gabrielli citou o investimento anunciado anteontem pela Gerdau, de R$ 1,75 bilhão (US$ 1, 02 bilhão), para a produção de chapas grossas, usados pelo setor petrolífero e pela indústria naval. Esta semana, a italiana Prysmian anunciou US$ 110 milhões em uma fábrica de tubos flexíveis no Espírito Santo, que já tem contato com a Petrobras para os próximos cinco anos.