Ford vai retomar produção de picapes grandes no ABC
Montadora renova aposta na região e contrata quase 200 funcionários para a fábrica de São Bernardo do Campo
O Estado de S. PauloA Ford do Brasil contratou quase 200 funcionários para retomar a produção das picapes de grande porte da Série F na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
A produção desses veículos havia sido suspensa em 2011, quando houve a mudança do tipo de motor usado nos veículos comerciais e caminhões, que passaram a adotar a tecnologia Euro 5, mais eficiente e menos poluente.
Do grupo de contratados, 100 começam a trabalhar hoje e 97 até o meio do ano, segundo confirmou a Ford. A empresa não divulgou quais versões fará. Antes, eram produzidas a F-250 e a F-4000.
"Desde a suspensão da produção, vínhamos negociando a volta da Série F com a Ford", diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. "Achamos que a paralisação foi um erro de avaliação, pois há espaço no mercado para esses veículos."
A Ford emprega 4,4 mil funcionários no ABC, dos quais 1,1 mil trabalham na fábrica de caminhões e os demais na linha de montagem do novo Fiesta. "É mais uma aposta da Ford na região, que continua sendo importante polo do setor automobilístico", afirma o sindicalista.
Ele lembra ainda que a Volkswagen deve concentrar em São Bernardo toda a produção do Gol G5, hoje dividida com a fábrica de Taubaté (SP), que este mês iniciou a produção do compacto up!. Com isso, serão absorvidos os cerca de 900 funcionários das extintas linhas da Kombi e do Gol G4.
Outra recente conquista da região, segundo Marques, foi o anúncio da transferência da sede administrativa da Toyota de São Paulo para São Bernardo. "As seis montadoras que estão no ABC passam a ter seus presidentes aqui, o que concede maior poder à região." Nos anos 90, o ABC praticamente ficou de fora dos planos de investimentos das novas montadoras que chegaram ao País e temia-se pelo seu futuro.
Lay-off
A Volkswagen vai colocar 300 funcionários da fábrica de São José dos Pinhais (PR) em lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), sendo metade agora e outra metade daqui a três meses, quando o primeiro grupo deve retornar.
Segundo Jamil Davila, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região, esses trabalhadores passarão por treinamento direcionado à produção do novo Golf, que entrará em linha no início de 2015.
O Golf atual deixou de ser produzido no fim do ano passado e havia neste momento um excesso de capacidade na fábrica, que emprega 2,4 mil pessoas na produção. A partir do próximo ano, a unidade também voltará a produzir modelos da Audi.
No sistema de lay-off, parte dos salários dos operários é bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e parte pela empresa.