04/09/07 10h57

Floricultura investe em tecnologias para crescer

Folha de S. Paulo - 04/09/2007

O setor de floricultura cresce graças ao desenvolvimento e ao maior uso de novas tecnologias. O grande desafio do produtor é fazer com que as flores tenham maior durabilidade para conquistar o consumidor e aumentar as vendas. Os grandes pólos de produção, como a cidade de Holambra (a 140 km da capital paulista), estão implementando novas tecnologias e processos de produção. Os produtores estão adquirindo novos equipamentos, como estufas que conseguem controlar o clima gastando pouca energia. Os avanços científicos e tecnológicos impulsionam o desenvolvimento da floricultura brasileira, favorecendo a competitividade, os ganhos em produtividade, a redução de custos e o aumento na qualidade. Para isso, laboratórios desenvolvem soluções para dar suporte técnico-científico aos projetos brasileiros. Entre as inovações estão a biotecnologia e a engenharia genética. Dentro da inovação tecnológica, está a aceleração do processo de multiplicação de novas variedades. Apesar de todos os Estados brasileiros estarem produzindo flores atualmente, Kees Schoenmaker, presidente do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), ainda destaca a cidade de Holambra como um dos principais pólos de produção, por estar adotando mais o uso de tecnologia. Entre os avanços, Schoenmaker destaca o controle do clima dentro da estufa -tanto o aquecimento como a refrigeração. O município de Holambra é responsável por cerca de 40% da produção de flores e plantas ornamentais do país e por 80% da exportação desses produtos. De acordo com Renato Opitz, presidente da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas Ornamentais, os produtores estão investindo cada vez mais em máquinas e equipamentos. Ele também destaca a diversificação dos produtores, que investem em novas variedades de flores, com cores diferenciadas. Para o presidente do Ibraflor, "o setor está bem, mas poderia estar melhor". De acordo com Schoenmaker, a grande dificuldade do setor é aumentar o consumo dos brasileiros. Para ter uma idéia, o consumo de flores e plantas ornamentais no Brasil é de US$ 7 por habitante por ano -na Europa, US$ 70. Segundo o Ibraflor, o Estado de São Paulo é o principal produtor do país, com 70% do cultivo, o maior consumidor e também o maior exportador. A maior parte (71%) do cultivo é feita a céu aberto. As estufas representam 26%. O Ibraflor estima que o crescimento do faturamento do setor seja de 12% neste ano -acima dos 10% do ano passado.