28/09/09 10h44

Filiais de múltis ganham novo status no Brasil

O Estado de S. Paulo

Nos últimos anos, ficou cada vez mais comum ver funcionários da área de marketing da Nivea do Brasil circulando pelos corredores da sede do grupo, na Alemanha. As ideias da equipe brasileira passaram a ganhar importância no desenvolvimento de alguns dos principais produtos e campanhas da multinacional de cosméticos. Uma das criações nascidas no País e "exportadas" para o resto do mundo foi uma linha de sabonetes em barra com fragrâncias florais, ao gosto do brasileiro. Hoje, ela faz parte do portfólio de subsidiárias da Nivea nos Emirados Árabes, Itália e Rússia.

A participação dos funcionários brasileiros ocorreu conforme aumentava a importância do Brasil dentro das operações da companhia. Desde 2005, a filial cresce 15% ao ano, mais que o dobro do registrado pela empresa globalmente. No ano em que eclodiu a crise global, a expansão foi de 22%. "O Brasil é um dos países que puxam o crescimento do grupo", afirma o presidente da Nivea do Brasil, o alemão Nicolas Fischer. O novo "status" da subsidiária brasileira trouxe também maior autonomia na gestão local, além de participação mais ativa na definição das estratégias globais.

Multinacionais de diversos setores têm experimentado essas mudanças. Em 2008, a operação da Siemens no Brasil foi a que mais cresceu entre as 197 do grupo, assumindo a liderança entre as subsidiárias estabelecidas nos Brics (grupo formado por Brasil, China, Índia e Rússia). O resultado foi um dos motivos para a filial receber carta branca da matriz para seguir com os investimentos milionários iniciados no País, mesmo com a crise global. "A crise atingiu de forma brutal o mercado europeu e inviabilizou muitos projetos. Não obstante, a empresa continuou com investimentos pesados no Brasil", afirma o diretor geral da área de energia, Nilton Duarte. Até o final deste ano, o resultado desses investimentos deve aparecer. A Siemens inaugurará duas novas fábricas no País, que vão produzir transformadores e capacitores elétricos. Uma das unidades será utilizada como plataforma para exportação, a exemplo do que já ocorre na fábrica de Jundiaí (SP).