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Fiesp quer incentivo para energia alternativa

Folha de S. Paulo - 22/07/2007

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, apresentará, em breve, aos governos federal e estadual uma proposta de intensificação dos investimentos em fontes alternativas de energia para evitar uma crise de racionamento a partir de 2010. Ele vai defender um programa de desoneração fiscal para viabilizar o projeto. O plano consiste na ampliação dos investimentos na produção de energia a partir do bagaço de cana extraído das usinas de açúcar e álcool. O objetivo é que, em dois ou três anos, essa fonte alternativa gere energia equivalente ao dobro das duas usinas hidrelétricas do rio Madeira, que só começam a operar no final de 2012, caso não haja mais atrasos para o início das obras. Skaf estima que esse plano represente investimentos de US$ 5 a 6 bilhões, mas acha que o problema não será falta de recursos. Ele acredita que consegue mobilizar os empresários a fazer esses investimentos, desde que contem com incentivos fiscais do governo. Ele afirma que o trabalho que a Fiesp está fazendo procura costurar todas as pontas envolvidas para viabilizar o investimento. Uma equipe de técnicos da Fiesp está agora, por exemplo, na Alemanha para fazer um levantamento dos equipamentos necessários para o Brasil importar a fim de implantar nas usinas o projeto de extração de energia a partir do bagaço de cana. Outra preocupação é se haverá condições de distribuir energia a partir das linhas de transmissão existentes. A grande preocupação, no entanto, diz respeito ao preço de venda da energia gerada pelo bagaço de cana. Nos últimos leilões de energia de fontes alternativas realizados pelo governo, o resultado foi frustrante. Os interessados em participar dos leilões reclamaram principalmente dos preços fixados pelo governo, considerados bem abaixo dos imaginados por eles. A preocupação de Skaf, ao preparar essa proposta a ser apresentada ao governo, é de o país ser obrigado a frear o crescimento da economia em razão da falta de energia a partir de 2010.