Ferrovia Interna do Porto de Santos inicia oficialmente operações: R$ 1 bilhão em investimentos
Cronograma de obras de infraestrutura ferroviária e de acessos, como as passarelas, será apresentado no fim do mês
A TribunaA Ferrovia Interna do Porto de Santos (Fips) já opera sob gestão da nova cessionária, formada pelas empresas Rumo, MRS e VLI, na Margem Direita do complexo santista. Os investimentos previstos em cinco anos no modal ferroviário giram em torno de R$ 1 bilhão e o cronograma de obras será apresentado à Autoridade Portuária de Santos (APS) até o final deste mês. Nesta terça-feira (3), houve o lançamento oficial da Fips, próximo à Praça Nossa Senhora de Fátima, a Praça da Santa, e ao Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, no Bairro Outeirinhos.
O contrato de cessão da Fips, que é uma sociedade de propósito específico (SPE), foi firmado em 16 de dezembro do ano passado com o então Ministério da Infraestrutura pelo prazo de 35 anos, prorrogáveis por igual período, para gestão, operação, manutenção e expansão da ferrovia interna do Porto santista. Já o processo de transição operacional entre a Portofer e a nova cessionária teve início em 5 de junho e se estendeu até setembro.
Cerca de R$ 1 bilhão será investido em cinco anos, contados a partir da aprovação de projetos pela APS, para aumentar a capacidade atual, quase esgotada, de 51 milhões de toneladas por ano para 115 milhões de toneladas por ano. O projeto engloba 13 obras, incluindo a pera ferroviária da Margem Direita.
Intervenções
Ontem, no lançamento das operações, o presidente da Fips, João Almeida, afirmou que “as obras estão no caderno de obrigações e outras que virão posteriormente vão garantir esse volume adicional de 65 milhões de toneladas em um período de cinco a dez anos”.
Entre as intervenções previstas, estão o pátio ferroviário entre Canal 4 e Ponta da Praia com três vias férreas para atendimento aos terminais de celulose, viadutos para eliminação de passagens em nível, passarelas de pedestres e a pera ferroviária.
“Agregar as três maiores empresas do transporte ferroviário do agronegócio brasileiro é um marco histórico. Nós teremos um único Centro de Controle Operacional (CCO), com uma única equipe e as decisões partirão de um único grupo de representantes. Com isso, a gente ganha agilidade, eficiência, gestão e clareza. É um salto gigantesco para a operação e para Santos”, disse Almeida.
Cronograma
Perguntado sobre o cronograma de obras da Fips, o presidente da companhia disse que ter até o final de outubro para apresentar projeções de datas à Autoridade Portuária. “O objetivo é dar prioridade às obras que agreguem valor de imediato à operação e à segurança das pessoas. São prioridades a construção de passarelas, agregar valor à operação e começar a pensar na construção dos viadutos, para resolver o conflito rodoferroviário”.
Quanto à pera ferroviária, Almeida explicou que é uma obra bastante complexa, na região onde hoje está instalado o terminal da Marimex. “Vamos iniciar a obra em novembro, ainda com a Marimex na área. Temos que ter muita responsabilidade no início da construção das obras, sem causar nenhum tipo de impacto negativo para a operação deles”.
Ganho logístico
Já o presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, afirmou que, com a Fips, “ganham o Porto de Santos e a logística brasileira”. “Os viadutos e as passarelas de conexões vão amenizar o conflito permanente entre a logística e a necessidade de trabalhadores e moradores da região utilizarem essas áreas”.
O presidente da APS comentou que a expansão ferroviária é ideal para a necessidade das empresas instaladas no Porto de Santos.
“O modal rodoviário está esgotado, representa 70% e é utilizado principalmente pelos caminhões para o escoamento dos nossos produtos. O Porto funciona muito bem para a importação e a exportação. A nossa dificuldade é, justamente, encontrarmos uma solução logística para escoarmos os produtos para o Interior do País e para o Porto de Santos, e a malha ferroviária se apresenta nessas condições, ao lado das hidrovias”.