11/06/10 12h14

Fazenda eleva projeção para investimentos a 19% do PIB

DCI

Conforme anunciado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governo refez seus cálculos e, segundo o boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado ontem, o Ministério da Fazenda estima que a taxa de investimento da economia brasileira será de 19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010. De acordo com o documento, o investimento público (governo federal e empresas estatais) deve atingir neste ano 3,3% do PIB. Em 2009, o investimento público foi de 3% do PIB. O documento também aponta a previsão de crescimento do PIB para 6,5%, com base nos resultados do primeiro trimestre deste ano.

A Fazenda aproveita a análise sobre os investimentos para responder às críticas de que a economia brasileira tem uma baixa taxa de poupança, o que impediria um ritmo de crescimento muito forte de forma sustentável. Os assessores do ministro da Fazenda, Guido Mantega, evocam a tese de origem keynesiana de que o investimento precede a poupança, a partir do momento que promove expansão da renda das empresas e das famílias.

"A taxa de poupança doméstica da economia brasileira é compatível com a maioria das economias ocidentais, principalmente aquelas que proporcionam maior transferência de renda às classes baixas por parte do governo. Isso não impediu que a taxa de investimento público e privado crescesse no Brasil nos últimos anos", afirma o documento. "Ao contrário, o maior volume de transferências de renda tem ajudado a ativar a demanda doméstica, gerando maior crescimento econômico e investimentos público e privado. É este ciclo virtuoso que faz aumentar a poupança doméstica e, simultaneamente, o PIB do País." Segundo a Fazenda, a taxa de poupança brasileira, que atingiu 15,8% do PIB no primeiro trimestre deste ano (ante 14,3% no final de 2009), deve continuar aumentando, de modo sustentável e sem prejuízo para o dinamismo da economia do Brasil.

O professor e diretor presidente da Fractal, Celso Grisi, acredita ser possível que a taxa de investimento deste ano alcance 19%, índice este bastante importante para o crescimento sustentável do País. "Com um crescimento econômico consistente, aumento da renda, do emprego e do crédito, não há alternativa para o empresário a não ser investir. Investimento este direcionado para modernizar o parque industrial, com aquisição de máquinas e equipamentos, elevando, assim, a FBCF [Formação Bruta de Capital Fixo]", explica, acrescentando, que tudo isso é possível caso não ocorra outra crise internacional.