12/03/08 11h38

Faturamento real da indústria cresce sem pressionar capacidade instalada

Valor Econômico - 12/03/2008

Os indicadores de janeiro mostram crescimento real expressivo para toda a indústria. Na comparação com o mesmo mês no ano passado, o faturamento aumenta 10,5%, as horas trabalhadas elevam-se 7%, o emprego amplia-se 5,2% e a massa salarial cresce 7,5%. Na comparação com dezembro - série com ajuste sazonal -, a indústria contratou mais, pagou mais horas de produção e elevou seu faturamento real sem ampliar o uso da capacidade instalada. Este indicador ficou em 83,1% em janeiro, o que significa estabilidade em relação ao dado de dezembro de 2007. Na comparação com janeiro do ano passado, o uso da capacidade instalada cresceu 1,8 ponto percentual. As variações são do levantamento mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que também revela que, em janeiro, os três segmentos mais dinâmicos foram os da produção de veículos automotores, alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos. Nesses setores estão os melhores desempenhos de vendas, atividade e emprego. O economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, explica que foi atualizada a metodologia da pesquisa e mudada a nomenclatura de alguns indicadores, mas janeiro continua revelando a tendência de continuidade e intensificação do crescimento. Neste início de ano, o ritmo é mais forte do que o verificado nos primeiros meses de 2007 e 2006. "A indústria mostra vigor e essa tendência deve continuar nos próximos meses", afirma. Os números de fevereiro devem manter esse cenário de forte expansão, que ocorre desde o último trimestre do ano passado, prevê o analista.  Segundo a CNI, o bom desempenho da indústria tem relação com o aquecimento do consumo interno que, por sua vez, vem sendo estimulado pela massa salarial, pelo crédito e pelo aumento do gasto público federal acima da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).  As três marcas do desempenho da indústria em janeiro são, segundo o que procura ressaltar a CNI, a intensidade e a regularidade do crescimento e a estabilidade do uso da capacidade instalada. As taxas anuais de crescimento são as mais altas dos últimos três anos, o que significa intensidade. E a regularidade pode ser demonstrada por três comportamentos. O primeiro deles é o crescimento do faturamento há seis meses consecutivos. Além disso, a atividade (horas trabalhadas) está em expansão há mais de um ano e o emprego não recua há 26 meses.