Faturamento do varejo araraquarense deve atingir R$ 2,4 bilhões em dezembro
Araraquara deve ficar entre as melhores cidades que compõem o estudo sobre as projeções de vendas do comércio
A Cidade ON (Araraquara)O setor de varejo de Araraquara deve encerrar o mês de dezembro com faturamento 8,2% maior na comparação com mesmo período do ano passado. O percentual deve ser o equivalente a cerca de R$2,4 bilhões em vendas. Os números são do Núcleo de Economia do Sincomercio.
De acordo com o levantamento, o faturamento dos estabelecimentos que desempenham atividades essenciais deve chegar a R$1,6 bilhão, ou seja, um aumento de 11% em comparação com dezembro de 2019. Já para aqueles que sofreram com restrições das atividades durante o ano, a expectativa é menor, mas ainda positiva de acordo com o Sincomércio. Espera-se acréscimo de 2,2% nas vendas em 2020, atingindo R$744 milhões.
Para o economista Marcelo Cossalter, pesquisador do Sincomercio, esse crescimento chegou em um momento importante para o fôlego das empresas de pequeno e médio porte de Araraquara. Cerca de 80% da atividade comercial da cidade estão nos setores de varejo e serviços
"A expectativa de aumento no faturamento esperado para dezembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, não poderia vir em um momento melhor, devido ao ano atípico que estamos vivendo. E vem em um mês que é importante para o comércio, seja pelas festas de final de ano e abonos salariais, que irá gerar um bom fôlego para o caixa dessas empresas de pequenos e médios negócios que tem sofrido muito. Quando nós somamos comércio e serviços em Araraquara, temos 80% da atividade comercial no município, então isso ajuda a levantar a significância do varejo para o município, no que diz respeito a geração de renda e emprego", explica.
Os estabelecimentos especializados em móveis e decoração e construção civil deverão apresentar os melhores resultados percentuais. O primeiro projeta aumento de quase 92% nas vendas, enquanto o segundo prevê faturamento na casa dos 42% maior na comparação interanual.
Entre as atividades que devem encerrar dezembro com o maior faturamento bruto, quando comparado ao total de vendas do comércio varejista municipal, destacam-se os supermercados, com 37% - faturamento de cerca de R$ 902 milhões - e as lojas de eletrodomésticos e eletrônicos, com 11%, o equivalente a cerca de R$ 271 milhões. Os segmentos que devem registrar os piores resultados são: concessionárias de veículos e lojas de eletrodomésticos e eletrônicos.
Já entre as atividades cuja expectativa é de encerrar o mês com menor participação no faturamento total do comércio varejista está, por exemplo, as lojas de autopeças e acessórios. Esse setor, mesmo sendo um dos que apresentam faturamento com menor participação, também registra, junto com outros, maior variação em termos percentuais.
"Isso acontece, pois, esses segmentos foram fortemente afetados no auge da crise e isso reduziu significativamente suas vendas, suas receitas. Assim, com a abertura das atividades não essenciais e a retomada do consumo, o aumento observado nas vendas representam um aumento superior aos seguimentos que continuaram funcionando e registraram um crescimento gradual no faturamento".
Com os resultados consolidados em dezembro, Araraquara deve ficar bem posicionada no comparativo com outros municípios também avaliados, atrás apenas das cidades de Jundiaí, Sorocaba e do Litoral Paulista. Porém, 2021 ainda será de desafios.
"O consumo das famílias, que é responsável por boa parte da retomada que temos observado desde abril, foi, em grande parte, sustentado pela injeção de recursos emergenciais, que mantém a demanda por bens e serviços aquecidas. Então, o fim desse auxílio previsto para este mês, também configura um aspecto de preocupação para o inicio do próximo ano. Uma vez que o endividamento tanto das empresas como das famílias está elevado e as taxas de juros, que apesar de estarem em queda, podem não ser suficientes para alancar o consumo e investimento", ressalta.
Os dados, de acordo com o núcleo, foram baseados na Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), que é realizada periodicamente pela FecomercioSP.