05/11/10 16h09

Faturamento da indústria bate recorde

O Estado de São Paulo

O faturamento da indústria nunca esteve tão alto, de acordo com os Indicadores Industriais de setembro, divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado do mês superou o pico anterior, obtido em março deste ano, e voltou a superar também o maior resultado obtido até então, que era o de julho de 2008, antes da crise financeira internacional. Em setembro, o indicador chegou a 120,3 pontos, ante 119,6 pontos em março deste ano e 118,9 pontos em julho de 2008. O desempenho em março deste ano, porém, foi atípico porque resultou da corrida pelo consumo no mês em que acabaram os incentivos fiscais concedidos pelo governo na crise. A pesquisa da CNI utiliza como índice a base fixa de 100 pontos, que equivale à média obtida em 2006, data de início da publicação.

No acumulado do ano, até setembro, o faturamento real da indústria apresenta crescimento de 11,3% em relação ao mesmo período desde 2009, mostrando que, pelo menos quanto ao faturamento, a indústria já superou completamente a crise. Apesar do faturamento recorde, a velocidade de crescimento ficou mais moderada nos últimos meses, na avaliação do gerente executivo de Política Econômica CNI, Flávio Castelo Branco. Após cair em agosto ante julho, o faturamento real da indústria voltou a crescer em setembro, com 1,9% em relação ao mês anterior. Na comparação com setembro de 2009, cresceu 10%. "Os dados de setembro mostram certo comportamento de moderação", disse Castelo Branco.

Para o economista, o recorde de faturamento no mês deve ser observado com cautela, pois parte do crescimento este ano decorre da recuperação em relação a uma queda forte em 2009. Segundo Castelo Branco, a indústria deve continuar crescendo nos próximos meses, mas a uma velocidade menor, o que mesmo assim indica novos recordes para o indicador de faturamento. Pelo segundo mês seguido, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria recuou e chegou a 81,9%, em setembro. Em agosto, estava em 82,2%. Para Castelo Branco, o movimento revela que a indústria tem capacidade de ampliar a oferta de produtos, caso a demanda continue em alta.