Fapesp investiu R$ 1,18 bi em 2015
Agência CT&IA Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) aplicou, em 2015, R$ 1.188.693.702 no apoio à pesquisa científica e tecnológica. Apesar da queda da arrecadação tributária do estado e, consequentemente, do repasse de recursos estabelecido pela Constituição estadual à Fundação, o desembolso com pesquisa foi 3,1% superior a 2014, em termos nominais.
Os dados são parte do Relatório de Atividades 2015, lançado na semana passado. A receita da agência estadual de fomento em 2015 foi de R$ 1,350 bilhão. Desse total, 77,4% foram transferidos pelo Tesouro estadual, repasse equivalente a 1% da receita de impostos do estado de São Paulo. Outros 5,5% vieram de recursos patrimoniais da Fapesp e 17,1% refere-se a outras fontes de recursos, como convênios com instituições para financiamento conjunto de pesquisas em que a fundação administra o desembolso.
Uma novidade do Relatório de Atividades 2015 é o capítulo que dimensiona o sistema paulista de ciência e tecnologia, composto por 62 entidades com missão orientada a atividades de pesquisa, entre universidades, instituições isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa públicos e particulares, e por 14.787 empresas que desenvolvem atividades de inovação.
O estado dispunha, em 2015, de 74 mil pesquisadores e respondeu pela publicação de 21.783 trabalhos científicos. Um total de R$ 27,5 bilhões foi aplicado em pesquisa e desenvolvimento no estado naquele ano. As empresas foram responsáveis por 57,2% desse montante, enquanto 22,7% vieram do governo estadual, 17,7% do governo federal e 2,4% de instituições de ensino superior particulares.
Do total de recursos investidos pela Fapesp, 52% foram destinados a Pesquisas com Vistas a Aplicações, 40% em Pesquisas para o Avanço do Conhecimento e 8% no Apoio à Infraestrutura de Pesquisa paulista. “É dominante a atividade voltada a aplicações, a qual inclui uma carteira especialmente intensa em saúde, agricultura e engenharia”, escreveram na apresentação do relatório o presidente da fundação, José Goldemberg, e o vice-presidente, Eduardo Moacyr Krieger.
A Fundação financia diversas categorias de pesquisa aplicada, como as que estimulam a inovação em pequenas empresas e a parceria entre empresas e universidades para o desenvolvimento conjunto de conhecimento e de novas tecnologias, assim como os estudos que contribuem para a formulação de políticas públicas. Também se enquadram nesse rol programas de pesquisa voltados para temas específicos como bioenergia, mudanças climáticas globais, biodiversidade e ciência aplicada com base em grandes bancos de dados, entre outros.
Um destaque de 2015 foi a criação de três novos Centros de Pesquisa Aplicada Colaborativa, que envolvem grandes parcerias entre empresas e universidades ou institutos, todas elas com um contrato por até dez anos para desenvolver atividades de pesquisa avançada. Cada R$ 1 investido pela Fapesp mobiliza mais R$ 1 empresa e R$ 2 da universidade ou instituto de pesquisa.
Demanda espontânea
Pouco mais de 40% do desembolso da Fapesp em 2015, o equivalente a R$ 477,7 milhões, foi destinado a bolsas regulares no país e no exterior, uma das linhas de fomento por meio das quais a Fundação atende à demanda espontânea de estudantes e pesquisadores.
Estavam vigentes no ano passado 16,2 mil bolsas regulares, sendo 14.282 projetos realizados no país e 1.918 no exterior. No ano, foram contratadas 5.448 novas bolsas. As bolsas no país receberam R$ 373,1 milhões. Duas modalidades ficaram com 81% desse desembolso: pós-doutorado, com R$ 157,4 milhões, e doutorado, com R$ 146 milhões. Já as modalidades de bolsas no exterior receberam R$ 104,6 milhões.
Embora representem apenas 21,9% do desembolso com bolsas regulares, os recursos destinados às modalidades no exterior tiveram aumento nominal e 32,9% em relação a 2014, compensando os resultados das bolsas regulares no país, que receberam 7,6% a menos.
O relatório registra, ainda, um avanço no apoio a iniciativas de colaboração internacional. Foram 355 auxílios a pesquisa e 1.185 bolsas em vários programas de estímulo à cooperação internacional.
Ao todo, foram investidos R$ 139 milhões, sendo R$ 59 milhões em cofinanciamento de pesquisa resultante de convênios com universidades e agências de fomento do exterior e R$ 80 milhões em projetos de intercâmbio científico não vinculados a esses convênios. A Fapesp mantinha no ano passado 142 acordos de cooperação vigentes com instituições de 27 países.